Um padre conhecido por defender os direitos humanos e o combate ao fascismo foi sequestrado e assassinado na última segunda-feira (18) em Minas Gerais. Desaparecido desde domingo (17), o padre Antônio Gabriel foi encontrado já sem vida em um matagal numa estrada que liga os municípios de Pirapetinga e Recreio. Dois homens foram presos, um deles com o carro do padre, alegando que o teria comprado, e a polícia afirma ainda não saber as causas do crime um tanto quanto suspeito, afinal se tratava de um conhecido líder religioso da região, por conta de seus posicionamentos.
Episódios como o do padre Antônio Gabriel geralmente chocam as populações por se tratarem de pessoas que exercem alguma liderança e são conhecidos por isso e por suas posições. No ano de 2019, o Brasil contabilizou 23 assassinatos de ativistas dos direitos humanos, colocando o país em quarto no ranking mundial. Quando um crime dessa natureza acontece, independente das motivações, ele levanta também um alerta a todos aqueles que compartilham as idéias antifascistas, dos direitos humanos, e todas as pautas naturalmente defendidas pela esquerda de liberdade e igualdade entre os indivíduos.
Não é de hoje que vemos a extrema direita cada vez mais organizada, seja em grupos virtuais ou até mesmo no mais recente acampamento intitulado “300 do Brasil”, em Brasília. Essas organizações sempre existiram na clandestinidade, o fascismo sempre esteve aí, mas a cada dia que passa estes grupos imundos estão se rebelando ainda mais e estão com cada vez mais adeptos e cada vez mais explícitos com os seus posicionamentos ultraconservadores, impulsionados pelo governo do presidente fascista Jair Bolsonaro. A extrema direita está mais armada, mais organizada e isso é uma ameaça clara à esquerda e aos trabalhadores. O fascismo não age moderadamente e ameaça a vida de toda a população de diversas formas, seja com as políticas da extrema direita que só prejudicam os trabalhadores, seja com as milícias e as organizações de seus seguidores que de certa forma tentam intimidar e até mesmo agredir e matar aqueles que se dizem contrários as suas ideologias um tanto quanto repulsivas.
Diante dessa situação cada vez mais preocupante e urgente, é comum nos perguntarmos o que fazermos e como agirmos nesse momento, e a resposta está em reagir a altura. A esquerda e todos os trabalhadores devem se organizar e lutar contra os fascistas nas ruas, e já tivemos exemplos de como fazer, como foi caso da torcida Gaviões da Fiel em São Paulo que impediu um ato bolsonarista, ou também a manifestação organizada pelos Comitês de Luta hoje em Brasília contra o governo Bolsonaro.
É preciso lutar contra o fascismo e extingui-lo, não dando nem ao mesmo chances para que ele volte aos seus porões imundos de onde nunca deveria ter saído.