Se fizermos um rápido levantamento sobre os dados de assassinatos de camponeses no estado do Pará, veremos dezenas de chacinas nos últimos anos que deixaram mortos centenas de trabalhadores da luta pela terra. É o fascismo das organizações dos fazendeiros. Uma das vítimas dessa perseguição no estado, o Padre Amaro, foi julgado sem provas, baseado em depoimentos desses fazendeiros e seus milicianos (policiais militares e militares do exército) e teve seu Habeas Corpus (HC) negado.
O processo foi julgado pelo Tribunal de Justiça do Pará (TJ-PA), demonstrando mais do mesmo fascismo que este diário denuncia todos os dias nas linhas de sua imprensa. Fica claro que o sacerdote foi julgado, praticamente, pelos latifundiários, pois as bases da acusação foram apenas afirmações. Demonstrando por que as chacinas nunca são julgadas.
Segundo nota oficial da Comissão Pastoral da Terra (CPT), a prisão do Padre Amaro é uma armação para criminalizar a luta do sacerdote e parte de todos os ataques que aumentaram com o golpe de estado contra os movimentos de luta pela terra. A perseguição, de acordo com a CPT, foi motivada pelo fato de o religioso ser uma das principais lideranças da equipe pastoral da Prelazia do Xingu e os fazendeiros milicianos da região tentam de toda forma destruir o trabalho realizado pela CPT, bem como se organizam junto às forças militares e proporcionam chacinas como a de Pau D`arco, com a finalidade de acabar com a luta dos menos favorecidos por seus direitos.
“Não existem provas dos crimes que estão dizendo que o Padre Amaro cometeu, não vamos ficar calados. Já estamos preparando um recurso no STJ e vamos questionar a decisão do julgamento, porque entendemos que a manutenção da prisão do Padre Amaro é política e não jurídica”, disse a advogada da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e coordenadora da regional do Pará, Andréia Silvério.