A esquerda parlamentar brasileira “bate cabeça”.
Sem qualquer política ante o pacote anticrime de Bolsonaro e Moro, a direita nada de braçadas.
O Senado aprovou na noite de quarta-feira (11/12) o “pacote anticrime”, o projeto de lei (PL) 6.341/2019, proposto pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
O projeto não foi modificado pelos senadores e segue agora para a sanção presidencial.
Já que aprovado por unanimidade, inclusive com os senadores da esquerda, o pacote anticrime da direita sequer foi preciso ser votado pelo plenário de 81 senadores.
O projeto foi aprovado pela CCJ do senado na manhã de quarta-feira, em caráter terminativo.
Seguirá direto para a Câmara dos Deputados.
O PL 6.341/2019 teve tramitação relâmpago. Aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na terça-feira (10), mesmo dia em que chegou ao Senado. 24 horas depois, o texto recebeu o aval do Plenário.
A rapidez foi destacada pela presidente da CCJ, senadora Simone Tebet (MDB-MS), como sinal do comprometimento de todos os parlamentares com o tema.
“Se hoje conseguimos entregar (o projeto) à sociedade em tempo recorde é graças ao esforço de todos os líderes para costurar um acordo unânime.
“Encerramos o ano com chave de ouro”, comemorava a senadora.
O relator do pacote anticrime o senador Marcos do Val (Podemos-ES), negou que o texto tenha sido “desidratado” na sua passagem pelo Congresso. “Não virou um pacotinho”. Algumas itens ficaram até mais rígidos”.
Esquerda capituladora
Senador Weverton (PDT-MA), para não atrasar a aprovação relâmpago do avanço punitivista da direita lavajatista, retirou emenda, para proteger agentes públicos “sabidamente inocentes”.
O líder do MDB golpista, senador Eduardo Braga (AM), classificou a aprovação do projeto como uma “vitória da democracia”. Braga lembrou que o texto teve como base, além de Moro também o projeto do ex-ministro da Justiça Alexandre de Moraes, outro ministro direitista fruto do golpe.
Nove senadores poderiam solicitar que projeto fosse apreciado também pelo conjunto dos 81 senadores.
Nem isso a esquerda capituladora, pediu.
Pacote anticrime da direita segue direto para a sanção de Bolsonaro com a cumplicidade unânime da esquerda do senado.
Não foi diferente na câmara dos deputados. Lá apenas 9 votos da esquerda foram contrários ao pacote anticrime da direita.
Votos da esquerda na câmara de deputados foram, 39 do PT, e ainda votos favoráveis do P-SOL, PCdoB.
A oposição declarou voto favorável ao pacote anticrime, devido ao acordo firmado em cima do texto do grupo de trabalho da Câmara.
Se não aprovarmos o pacote (anticrime de Moro conforme acordado) estaríamos sujeitos a retrocessos maiores”, sujeitou-se o líder do PT, senador Humberto Costa/PE.
Humberto Costa, é o senador que capitulara no impeachment de Dilma: “É hora de virar a página do golpe”, pregava ele, à época.
O golpe continua a pleno vapor. Golpe está longe de querer “virar a página”.
Esquerda que “bate cabeça” fortalece a extrema-direita
Esquerda sem qualquer política ao pacote anticrime, de capitulação em capitulação, vai fortalecendo a direita, que nada de braçadas.
De nada vale o consolo, de que poderia ser pior, já que ficara de fora do pacote anticrime o “excludente de ilicitude” e a “Prisão em segunda instância”.
Tampouco serve de consolo colocar no pacote anticrime da direita a figura do juiz de garantias, que é um magistrado responsável pela supervisão de uma investigação criminal, diverso daquele que decidirá sobre o caso.
“Prisão em segunda instância” e “Excludente de Ilicitude”, de forma célere já tramitam no Congresso.
O Juiz de garantias deve ser vetado por Bolsonaro.
A esquerda está totalmente sem política para enfrentar a extrema-direita.