A edição de 2020 da Final da Copa São Paulo de Futebol Junior contará com uma novidade, pois será a primeira final com o Estádio Pacaembu privatizado, haja vista que sua privatização se deu em setembro de 2019 através do prefeito Bruno Covas.
A Copa São Paulo de Futebol Junior usualmente é criticada por comentaristas e torcedores por ser uma vitrine para vender jogadores ainda muito jovens que nem ao menos tiveram a oportunidade de estourarem como deveriam entre os profissionais, assinando contratos ou pré contratos especialmente com clubes estrangeiros, ou seja, sem o povo brasileiro ter contato com seus próprios craques.
Somado a isso, a privatização do Pacaembu é um amontoado de transtornos. A começar pelos próprios moradores das redondezas que na época entraram com uma ação na justiça contra essa mudança, talvez por entenderem a perda que esse patrimônio significa ao povo paulista. E de fato o Pacaembu tem um valor que está acima da sua própria condição de estádio de futebol, afinal é tombado como Patrimônio Histórico de São Paulo.
Na época a prefeitura alegava que a manutenção do estádio gerava prejuízos aos cofres públicos, o que é uma desculpa inconcebível pois no ano de 2019 a CBF não permitiu que fossem realizadas partidas do Campeonato Brasileiro no Pacaembu porque a gestão Bruno Covas não atendeu às exigências de iluminação para a realização de partidas, ou seja, sabotou-se o patrimônio para no fim usarem a desculpa de que administrar esse bem não era rentável. Sabe se lá porquê então um capitalista decidiu obter esse patrimônio que supostamente traz mais prejuízo do que lucro.
O ano de 2019, em comparação ao ano de 2018, foi marcado pelo grande aumento do número de partidas de futebol, especialmente feminino, mesmo com esse embargo da CBF, tal fato também demonstra o potencial mal aproveitado pela prefeitura propositalmente, afinal o futebol feminino nos últimos anos tem ganhado cada vez mais destaque pelos meios de comunicação e pelas torcidas.
O domínio capitalista sobre o futebol, seja como bem cultural mas nesse caso também seu bem econômico, exemplifica a política golpista de sabotar ou desmerecer aquilo que pertence ao povo para entregar de modo ainda mais barato nas mãos da burguesia.