Jens Stoltenberg, secretário-geral da OTAN (Aliança do Atlântico Norte), comentou para um grupo de universitários sobre os motivos para as recentes adesões de novos países a este bloco militar. Seus pretextos, como é típico da demagogia burguesa, são sempre os mais humanitários – combater as “guerras étinicas” nos Balcãs, os “piratas” na África e o “terrorismo” no Oriente Médio.
Trata-se, no entanto, de uma tentativa de expandir a zona de influência militar da OTAN, que foi criada, originariamente, para conter o avanço do bloco soviético sobre a Europa. A partir da década de 1990, com o desmonte da União Soviética, países do Leste Europeu passaram a ser gradativamente incorporados à OTAN.
Entretanto, com o capitalismo em crise, este braço do imperialismo tem visto seu campo de ação prejudicado pelo crescimento da influência geopolítica de países “contra-hegemônicas”, principalmente Rússia e China. As novas incorporações procuram dar um oxigênio extra ao domínio imperialista sobre os continentes oprimidos.
Dialeticamente, estas adesões também carregam contradições em seu bojo. Elas são uma demonstração do enfraquecimento dos países imperialistas centrais, que precisam cada vez mais da cooperação de governos periféricos alinhados. Incorporar novos membros também significa repartir uma parte do poder que antes ficava restrita a um clube mais seleto, e abrir caminho para o fortalecimento de novas classes políticas.