Com a consagração de Joe Biden (Democratas) na presidência do maior país imperialista do mundo, a burguesia monopolista encontrou o fio condutor para detonar os países economicamente atrasados. Nesta quinta-feira, 18, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) ratificou seu compromisso com os interesses do imperialismo e anunciou a expansão da sua presença no Iraque. Segundo Jens Stoltenberg, secretário-geral da OTAN, a aliança planeja ampliar seu contingente de 500 para 4.000 militares com o intuito de “reinar mais ativamente e aconselhar mais instituições de segurança”.
“Decidimos expandir a missão de treinamento da OTAN no Iraque para apoiar as forças iraquianas na luta contra o terrorismo, para evitar o retorno do Daesh [organização terrorista proibida na Rússia e em uma série de países]. O número de nossa missão aumentará de 500 para cerca de 4.000 pessoas”, afirmou Stoltenberg.
Sob o pretexto da guerra contra o terrorismo, a aliança pretende dar continuidade à missão da OTAN no Iraque, iniciada em julho de 2008, porém não sabe ainda que rumo tomará na questão do Afeganistão. Como o acordo de paz entre os EUA e o Talibã assinado em 2020 prevê a retirada das tropas estrangeiras até 1º de maio, a OTAN discutirá a situação em breve. Atualmente, as tropas dos EUA representam metade dos 16.000 soldados afiliados à Missão de Apoio Resoluto (RSM, em inglês) no Afeganistão.
Nota-se, com clareza, a guinada ofensiva da política imperialista quando ao contrário de Donald Trump (Replublicanos), que anunciou sua intenção de reduzir a presença militar de seu país em todo o mundo e retirar-se de muitas áreas de operações, especialmente na África, América Latina e Oriente Médio, Biden busca intensificar a ocupação do Oriente Médio para impedir qualquer forma de desenvolvimento que propicie a independência política e econômica da região.
A movimentação das tropas da OTAN ocorre justamente no momento em que aumenta a crise no Iraque, com a crescente hostilidade da população contra as bases, tropas e embaixada dos EUA no país. Desde a morte do general Qasem Soleimani, comandante da Força Quds, o maior líder militar da região, em um ataque norte-americano perto de Bagdá, os militares estadunidenses não têm dormido tranquilamente. A pressão contra os EUA é tão grande que o governo imperialista se viu forçado a suspender as operações da coalizão internacional e tentar limitar suas operações. Embora as consequências da morte de Soleimani tenham deslocado a população contra o regime intervencionista dos EUA e seus aliados da OTAN, com Biden a política agressiva dos ianques deve receber um novo impulso. Obviamente, a política do imperialismo é atacar a independência do Iraque e impedir que seu governo fantoche seja derrubado pela vontade popular.