Em recente panfleto divulgado pelo grupo político da USP, Território Livre, “juventude” da Transição Socialista (um partido que basicamente só tem os jovens da usp), apareceu a seguinte definição sobre a eleição de Bolsonaro e seu governo:
“Os setores do proletariado que o elegeram, movidos pelo (correto) antipetismo já começou a se desiludir com seu governo, cansados dos ataques que não cessam, e com a revolta entalada na garganta.”
De fato, não dá para negar que Bolsonaro está perdendo muito de sua popularidade, que já era pequena na época. Porém, o grande absurdo desta frase se encontra no fato de que o Território Livre acredita que Bolsonaro teria ganho as eleições por conta de uma tendência “anti-petista” na sociedade.
Trata-se de um argumento totalmente maluco. Primeiro pois a vitória eleitoral de Bolsonaro não seria produto da fraude eleitoral, que retirou Lula, o principal candidato da população, do processo eleitoral. Ou seja, Bolsonaro seria um governo legítimo institucionalmente.
Segundo, pois o Território Livre, ao invés de repetir o argumento da Globo de maneira totalmente cega, deveria explicar onde estava este antipetismo quando Lula era o candidato preferido da população, podendo ganhar inclusive no primeiro turno.
Todo mundo sabe que, se Lula fosse candidato, a armação da burguesia para colocar um golpista na presidência seria muito mais difícil de obter a vitória. Ao contrário do que acredita o Território Livre, o apoio a Lula e ao PT apenas aumentou com a consolidação do golpe de estado, uma vez que Lula polarizou a situação política, canalizando a insatisfação popular com relação ao golpe de estado.
Mas a realidade para a esquerda pequeno-burguesa não interessa. Suas análises não baseadas na experiência prática, na análise dos fatos de forma científica, mas baseadas na opinião divulgada pela imprensa golpista. Por isso, acreditam em um suposto gigantesco “antipetismo”.
Além disso, os grupos da esquerda pequeno-burguesa são muito alinhados e pressionados pela direita pequeno-burguesa e os fascistas. E então, são pressionados pelo meio social no qual convivem.
Este grupo, que acredita no antipetismo, foi o mesmo que, mesmo após o vazamentos que demonstram a fraude da Lava Jato, continuam defendendo a prisão de Lula. Para eles, não interessa se Lula, principal representante da esquerda brasileira, foi preso de forma ilegal ou não. São defensores da “luta contra a corrupção” dos fascistas. E, para eles, que acreditam na imprensa golpista, Lula é o maior corrupto da história.
Trata-se de um verdadeiro grupo de papagaios da imprensa golpista. E, desta forma, o golpismo do Território Livre (MNN/TS) se mantém firme e forte.