Os atos em mais de 200 cidades pelo País nesse sábado (29) foram atos de massas. Em São Paulo, os organizadores afirmaram ter 80 mil pessoas na Avenida Paulista. Mesmo que o número não tenha sido tão elevado, uma coisa é certa: os trabalhadores voltaram com tudo às ruas, reivindicando o atendimento às ruas necessidades prementes.
Foi uma grande vitória popular. Uma vitória dos trabalhadores de base, das categorias tão massacradas pelos governos federal, estaduais e municipais. Uma vitória daqueles que em nenhum momento tiveram o privilégio de ficar em casa, que tiveram de pegar no batente todos os dias desde o início da pandemia.
Uma vitória dos militantes de base. Daqueles que seguram bandeiras, estendem faixas, distribuem panfletos, colam cartazes e grudam adesivos. Uma vitória do povo. Mas também uma vitória da vanguarda organizada dos trabalhadores. Uma vitória do Partido da Causa Operária (PCO), que trabalhou arduamente para que as direções de esquerda finalmente entendessem a necessidade de voltar às ruas, de tirar a bunda do sofá e atender ao chamado de suas bases operárias, populares e militantes.
Os atos de ontem são consequência dessa mobilização das bases, das pressões por mobilização. Consequência das greves dos professores, metroviários, petroleiros. Consequência dos atos de rua dos dias 27 de fevereiro, 31 de março e 1° de maio. Consequência das gigantescas mobilizações dos trabalhadores na Colômbia, no Chile, no Paraguai.
É inegável que há uma tendência à mobilização. E à mobilização de massas e radical.
Diante desse fato e após os grandes atos de ontem, fica a questão: o que fazer?
É muito simples: é preciso manter e ampliar a mobilização. Ontem foi o primeiro grande passo. Os atos deste dia 29 mostraram que o povo trabalhador é poderoso e, unido, pode realizar grandes feitos.
Se os trabalhadores fizeram os grandes atos de ontem, podem ampliar a mobilização. E a tendência é esta. A esquerda precisa marcar novos atos e acordar um calendário de lutas nas ruas. Formar um grande movimento, organizar a explosão popular. A Colômbia é aqui.
A situação vai se tornando cada vez mais propícia para a derrubada de Bolsonaro, conforme as mobilizações aumentarem. O povo nas ruas irá expulsar a extrema-direita e devolvê-la ao armário. As mobilizações aumentando e se radicalizando – o que é a tendência – têm tudo para colocar abaixo o governo genocida e todo o regime golpista, abrindo caminho para um governo dos trabalhadores que atende às reivindicações de auxílio emergencial de ao menos um salário mínimo, vacinação para todos com quebra das patentes, reversão das privatizações, redução da jornada para 35 horas semanais e todas as necessidades básicas das massas populares.