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Os patrões compram votos para Macri

Na Argentina, enquanto a esquerda dá a eleição como favas contadas, Alberto Fernández capitula em várias questões (veja outro texto aqui no DCO, em que o candidato acena ao FMI e critica Nicolás Maduro, da Venezuela) e a direita se organiza para tentar reverter o quadro.

É o que mostra reportagem do jornal porteño Página 12. Um produtor rural e ex-candidato macrista reconheceu que eles prometeram dinheiro a seus trabalhadores se o atual presidente se sagrar nas urnas.

Diante da extensa derrota de Mauricio Macri nas eleições primárias e diante da chegada virtual do peronismo ao governo, um grupo de produtores agrícolas decidiu oferecer dinheiro a seus trabalhadores se o atual presidente vencer. A oferta de um bônus condicionado ao resultado das urnas, que regride a democracia em um século, ficou conhecida pela viralização de um áudio, em que um produtor de Tucumán e ex-candidato do Cambiemos, Gonzalo Blasco, forneceu detalhes da manobra, depois confirmado por ele próprio em entrevista para o PáginaI12, na qual defendia a troca de dinheiro por votos, com discurso de fazendeiro.

“Aqui em Tucumán, reunimos alguns produtores e concordamos em pagar um bônus de cinco mil pesos se Mauricio Macri for para o segundo turno”, disse Blasco no áudio viralizado. Sem tabus, o ex-presidente da Associação Civil de Produtores Agrícolas e Fazendeiros do Norte acrescentou que “esse bônus seria pago com o salário de outubro aos funcionários. O valor foi ponto de discussão, alguns propõem pagar 3 mil, outros 5 mil e há um que promete pagar 10 mil pesos”, acrescentou.

Blasco é engenheiro agrônomo e, em 2015, foi um dos criadores da Apronor, a entidade ruralista que surgiu após um “tratoraço” de 25 dias em frente à casa do governo de Tucumán. Em 2017, ele foi candidato a deputado nacional pelo partido Cambiemos.

Com um discurso impregnado pela ideologia de classe, no áudio do WhatsApp que circulava, Blasco pediu a seus colegas que executassem a proposta “boca a boca”, para notificar “seus vizinhos e amigos”. “É uma iniciativa pessoal, não é institucional, não é de nenhuma associação comercial, É uma proposta minha”, declarou.

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