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Capitães do mato

Os oito prefeitos negros das capitais brasileiras

"Representantes" eleitos dos negros são aliados diretos da direita e da burguesia

A esquerda pequeno-burguesa identitária tem como uma de suas principais pautas a defesa da chamada “representatividade”. De acordo com essa política abstrata, os negros, as mulheres, os LGBTs, etc, devem ser representados nas instituições políticas não importando quais os interesses políticos e sociais que seus representantes de fato defendam, desde que sejam respectivamente por negros, mulheres e LGBTs. O que vale é alçar aos cargos públicos “representantes” das chamadas “minorias”, mesmo que eles defendam posições totalmente contrárias a tais setores.

Nas eleições municipais deste ano pode-se verificar a farsa desta política. Em Londrina, por exemplo. A primeira vereadora lésbica eleita pela cidade do norte do Paraná, Jéssica Ramos Moreno, pelo Progressistas (PP), declarou logo após as eleições que não fará nada em prol dos homossexuais. Jéssica, que é ferrenha apoiadora de Jair Bolsonaro, foi mais além e disse que seu mandato será para defender a direita londrinense: “Deus, Pátria e Família.”

Ao analisar a situação dos negros eleitos, tal regra se repete. Das 25 capitais brasileiras, 8 terão negros a frente do cargo de prefeito, todos eleitos por partidos de direita!

Edvaldo Nogueira – PDT-Aracaju/SE

Reeleito pelo PDT em Aracaju com 57,86% dos votos no segundo turno, Edvaldo Nogueira era ex-filiado do PCdoB. No início de 2020 abandonou o partido e se transferiu para o PDT revelando de maneira mais aberta seu caráter direitista. Em 2018, Edvaldo então em seu primeiro mandato, atacou duramente os servidores públicos municipais, os quais permaneceram dois anos sem reajuste. Após uma greve da categoria o prefeito cortou o ponto dos trabalhadores.

Em 2019, o prefeito elaborou uma lei aumentando a quantidade de alunos nas salas de aula das escolas do município, lei esta que foi derrotada pela mobilização dos professores.

Arthur Henrique – MDB-Boa Vista/RR

Atual vice prefeito da capital, Arthur Henrique foi eleito com 85,36% dos votos pelo golpista MDB. Arthur Henrique é vice da atual prefeita Teresa Surita, ligada diretamente com setores que controlam o partido da direita tradicional.

Cicero de Lucena – PP-João Pessoa/PB

Eleito com 53,16% dos votos em João Pessoa pelo Progressistas, Cícero de Lucena é um político da direita tradicional do estado, já fora do MDB e do próprio PSDB.

João Henrique Caldas – PSB-Maceió/AL

Atual deputado federal por Alagoas, João Henrique Caldas obteve 58,64% dos votos no segundo turno contra 41,36% de Alfredo Gaspar do MDB com 41,35%. Em 2016, então deputado federal, votou à favor do impeachment, apoiando o golpe de Estado contra a presidenta Dilma Rousseff (PT).

Davi Almeida – Avante-Macapá/AM

Eleito no segundo turno com 52% dos votos contra 48% de Amazonino Mendes do Podemos, Davi Almeida é um político da direita tradicional do estado já tendo exercido mandato de deputado estadual, sendo eleito pela primeira vez em 2006. Antes de se filiar ao Avante, transitou por vários partidos, como o PSB, o PMN e o PSD.

Em 2017, quando era presidente da Assembleia Legislativa do estado, assumiu o cargo de governador após a cassação da chapa titular.

Tião Bocalom – PP-Rio Branco/AC

Com 62,9% dos votos, eleito no segundo turno, Tião Bocalom é ligado diretamente ao atual presidente golpista Jair Bolsonaro. Juntamente com Marcelo Crivella no RJ e Capitão Vagner em Fortaleza, foi um dos representantes da extrema-direita nas capitais.

Dr Pessoa – MDB-Teresina/PI

João Pessoa Leal, conhecido como doutor Pessoa, foi eleito no segundo turno com 62,31% dos votos. Já fora vereador de Teresina e também deputado estadual. Assim como outros é um político da direita tradicional do estado, tendo transitado por vários partidos deste setor como o PPB, PDS, PSB, Solidariedade, etc.

Bruno Reis -DEM-Salvador/BA

Eleito ainda no primeiro turno com 66% dos votos, Bruno Reis (DEM) é um representante direto da oligarquia dos Magalhães, é amigo do atual prefeito de Salvador ACM Neto.

Uma análise dos supostos representantes negros nas prefeituras das capitais brasileiras revela logo de cara que não se tratam de aliados da luta do povo negro por suas reivindicações concretas, mas de inimigos dos interesses dos negros e da classe trabalhadora como um todo.

Neste sentido, a política identitária, da “representatividade”, serve apenas para encobrir as contradições e os reais interesses de classe defendidos pelos representantes das chamadas minorias, que na verdade são servos dos interesses da classe dominante.

A única forma de lutar de maneira consequente pela libertação do povo negro é por meio de sua mobilização e não pelas eleições controladas pela direita golpista. É preciso levantar um programa de reivindicações dos negros, que as vincule a luta contra o regime golpista e o coloque abaixo.

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