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Os militares são inimigos dos sem terra e dos indígenas

Em tempos de Bolsonaro, setores da esquerda e do movimento dos sem-terra “descobriram” no vice-presidente general Hamilton Mourão uma via “democrática”ou pelo menos não tão direitista como via de comunicação com o Executivo e mesmo com uma das principais bases de sustentação do governo, os militares.

Os militares seriam mesmo um “esteio democrático” em meio ao apocalíptico governo Bolsonaro? Ledo engano, muito ao contrário.

Sem o apoio ativo dos militares não teria havido o golpe de 2016 e todos as suas ações fundamentais no sentido de perseguir, prender e retirar das eleições do ano passado o principal líder popular do país, Lula, e com isso pavimentar a chegada pela fraude de um governo de extrema-direita, para impor o avanço do golpe com a política de destruição nacional em proveito do imperialismo.

Pelo menos desde a 2ª Guerra Mundial tem sido crescente a integração das Forças Armadas brasileiras aos interesses do imperialismo norte-americano. Os EUA estiveram por trás dos principais acontecimentos politicos do Brasil, nesse período. Deposição de Getúlio em 1945, golpes militares de 54 e 64, ditadura militar, golpe de 2016, entre muitas outras intervenções.

Foi justamente durante golpe militar que mais se acentuou a política e extermínio dos trabalhadores do campo e indígenas. Dados parciais da Comissão Camponesa da Verdade (CCV) e incluídos no relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), entregue em 2014, ainda no governo Dilma, dão conta de que 1196 camponeses foram mortos ou desaparecidos. Dados ainda mais estarrecedores, com investigações feitas em apenas apenas 10 etnias indígenas de um total de 305 existentes no Brasil, apontam 8.350 indígenas mortos em massacres, confisco de suas terras, remoções forçadas de seus territórios, contágio por doenças infecto-contagiosas, prisões, torturas e maus tratos.

Segundos investigações efetuadas pela psicanalista Maria Rita Kehl junto a etnia Cinta Larga, habitante entre o noroeste do Mato Grosso e o sudeste de Rondônia, e incluídas, também no relatório da CNV, a partir dos anos 50, estima-se a dizimação de 5 mil índios dessa etnia por envenenamento por alimentos misturados com arsênico; aviões que atiravam brinquedos contaminados com vírus da gripe, sarampo e varíola; e assassinatos em emboscadas, nas quais suas aldeias eram dinamitadas ou por pistoleiros.

“Muitas dessas violações de direitos humanos sofridas pelo povo Cinta Larga foram cometidas com a conivência do governo federal, por meio do SPI (Serviço de Proteção ao Índio), e depois da Funai, o que permitiu a atuação de seringalistas, empresas de mineração, madeireiros e garimpeiros na busca de ouro, cassiterita e diamante no território dos Cinta Larga, omitindo-se a tomar providências diante dos diversos massacres que ocorreram na área indígena”, diz o relatório apresentado por Rita Kehl.

Mesmo com o fim da ditadura, não mudou muito coisa de lá para cá. Os assassinatos sistemáticos de sem-terra e os massacres indígenas fazem parte do cotidiano do país.

Com o golpe de 2016 o quadro se agravou ainda mais. Agora com a versão extrema-direita à frente do governo, sequer a demagogia de defesa dos sem-terra e dos indígenas é utilizada. Bolsonaro, um defensor contumaz dos massacres da polícia e do exército contra os trabalhadores, não deixa dúvidas de que pretende entregar as terras dos indígenas para as mineradoras e latifundiários e de que quer enquadrar como “grupo terrorista”o movimento dos sem-terra.

Em que pese as diversas contradições entre os diferentes setores da direita e da extrema-direita que compõem o governo Bolsonaro, uma certeza que a esquerda e o movimento dos sem-terra devem ter é de que todos eles, sem exceção, tem um ponto de vista fundamental em comum: o massacre e a expropriação das terras em favor do agronegócio, das mineradoras e dos bancos.

Não é por outro motivo que os militares estão em peso dentro do governo Bolsonaro ocupando postos fundamentais na estrutura de poder.

A conciliação com os militares será um beco sem saída para os explorados. A esquerda que defende efetivamente a luta contra o golpe não deve medir esforços para promover a unidade entre os explorados do campo e da cidade em um grande mobilização pelo fora Bolsonaro e pela volta dos militares para dentro dos quartéis.

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