Como foi revelado pela revista Veja, entre os meses de abril e maio, setores da burguesia cogitaram um golpe contra Bolsonaro. Já naquele momento, o governo se encontrava em uma profunda crise e por isso um setor da burguesia quis tirar Bolsonaro.
Os militares, entretanto, vetaram o Fora Bolsonaro, através do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, que tem como assessor o general Ajax, que manda nele como se fosse uma marionete. Isto é, a derrubada do governo ilegítimo, que tem gerado insatisfação inclusive dentro da burguesia golpista, foi impedida pelos generais.
Desta forma, fica claro quem manda no atual regime político. São as Forças Armadas, que podem dar um golpe ou impedir um quando quiserem, que chantageiam através da força diversos setores da burguesia e das próprias organizações de esquerda. Foram eles que garantiram e orquestraram o impeachment ilegal de Dilma Rousseff, assim como foram eles que lideraram a prisão do ex-presidente Lula e sua proibição de participar das eleições.
Estes mesmos vetaram o Fora Bolsonaro, e a esquerda aceitou, pois apesar de todo o apelo popular pela derrubada do governo – apelo este que pode ser visto nas ruas, nos eventos, nos shows, foi visto no carnaval e nos bailes funks do Rio de Janeiro -, seja através do impeachment ou de novas eleições, a esquerda pequeno-burguesa se recusa a levantar a palavra de ordem.
Parte da esquerda se recusa pois busca uma aliança oportunista com setores da direita golpista, outra parte tem medo da reação da direita e dos militares, caso a situação fique crítica. Não acreditam na mobilização popular, apenas em conchavos e acordos com a escória mais mafiosa da política nacional – desde o Congresso até o STF.