O 46º presidente dos Estados Unidos assumiu, nesta quarta-feira, 20, o posto de mandatário do maior imperialismo do mundo. Joe Biden (Democratas) entrou na presidência conservando a história direitista que mantivera desde o início para assumir seus compromissos com os setores mais reacionários e agressivos do imperialismo estadunidense. Ao contrário do que muitos pensam: os falcões voltaram ao governo dos EUA.
Sua equipe, formada pelos elementos mais atrelados ao aparato bélico e os grandes monopólios, já dão forma ao que virá por aí… Antony Blinken, indicado por Joe Biden para chefiar a diplomacia americana apoiou na terça-feira, 19, a política genocida do ex-presidente Donald Trump em relação à Venezuela. Segundo Blinken, Nicolás Maduro é um “ditador brutal” e, por conta disso, apoiará a continuação do reconhecimento de Juan Guaidó como presidente interino, bem como da Assembleia Nacional eleita em 2015 como a única instituição democraticamente eleita do país [grifo nosso]. Por conseguinte, comprometeu-se com “o aumento da pressão sobre o regime liderado por um ditador brutal, Maduro, além de tentar trabalhar com alguns de nossos aliados e parceiros”.
Se faltavam provas do interesse dos EUA no petróleo venezuelano, o que podemos concluir do posicionamento do Tesouro, um dos principais pilares da burocracia estadunidense. Ao se referir ao “regime ilegítimo” de Maduro, o órgão diz que o mandatário venezuelano “continua usando [a estatal] Petróleos de Venezuela SA (PDVSA) como seu principal canal de corrupção para explorar e lucrar com os recursos naturais venezuelanos”. Ainda segundo o Tesouro, “a medida de hoje é dirigida contra orquestradores e facilitadores adicionais com laços com a rede mexicana que conspirou com o ministro do petróleo de Maduro, Tareck El Aissami, e [o empresário colombiano] acusado de lavagem de dinheiro Alex Saab, para negociar a venda de centenas de milhões de dólares de petróleo venezuelano”. Obviamente, trata-se de mais uma falsificação, um pretexto para desmantelar, sufocar e invadir o país e destruir o regime chavista.
Outro fator importante foi o reconhecimento da soberania do Marrocos sobre o Saara Ocidental, por parte dos EUA, em dezembro. O feito reuniu desaprovação generalizada. Levando em conta o cerco aos árabes, mais precisamente contra o Irã, a manobra pode ser entendida como um agradecimento dos EUA ao Marrocos por restabelecer oficialmente os laços com Israel. Além do Irã, a Síria e o Iraque são constantemente saqueados pelos norte-americanos. É comum notícias denunciando comboios militares escoltando caminhões de petróleo desses países sem a nenhuma permissão. No caso do Irã, a situação tem se agravado ainda mais. Após a emboscada realizada sob a tutela de Donald Trump (Republicanos) contra Qasem Soleimani, major-general iraniano da Guarda Revolucionária Islâmica, outro incidente incendiou as relações entre os dois países. Em novembro, o chefe do programa nuclear iraniano, Mohsen Fakhrizadeh, foi assassinado em um tiroteio na cidade de Absard, a 60 km da capital iraniana. Dado o modo como ocorreu o ataque e as provas contundentes do governo iraniano, o chanceler persa acusou o ataque como mais um ato “terrorista covarde”; assim como no caso de Soleimani – planejado entre Estados Unidos, Israel e Arábia Saudita.
Mesmo antes de assumir a cadeira da presidência, Biden e sua vice Kamala Harris, anunciavam a política a ser seguida: pressão total contra os países de regime nacionalista e atrasados economicamente. Essa será a política externa contra a Venezuela, Oriente Médio etc., uma política hostil, agressiva e de grande movimentação intervencionista.
Está cada vez mais evidente que o governo Biden é um governo muito direitista; ele é apoiado pelos falcões imperialistas, os responsáveis pelas invasões do Iraque, Afeganistão, Síria etc. Biden, por sua vez, é ele próprio um Falcão, e tende a recrudescer ainda mais a política agressiva do imperialismo com a crise do regime estadunidense. Esse endurecimento será evidenciado com a política externa, já sinalizada há tempos. Sendo assim, os povos do mundo devem estar preparados para isso. Uma onda de intervenções e pressões deve agudizar ainda mais a luta de classes: de um lado a classe operária e do outro o imperialismo.