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Atos são da esquerda

Os atos são sim partidários e Lula deve participar

As mobilizações são da população e, portanto, são vermelhas e de esquerda. Para que esse caráter se acentue, Lula deve estar presente nos atos

As últimas manifestações contra Bolsonaro presenciadas neste ano vem apresentando um crescimento significativo. Tendo acontecido no dia 29 de julho, a última grande mobilização foi registrada em 425 cidades brasileiras e 50 no exterior, contando com cerca de 750 mil pessoas nas ruas.

Proporcional ao crescimento das manifestações é o incômodo da direita com essas. Matérias, declarações, programas, colunas — todo aparato golpista começa a se organizar numa campanha intensa para lançar suas armadilhas e montar seus esquemas para o sequestro do movimento e o esvaziamento de suas pautas.

Uma das primeiras tentativas da direita foi a tentativa de comparar os atos do dia 29 de maio com os atos bolsonaristas, acusando a esquerda de negacionismo e de contribuir com a pandemia — discurso que foi seguido por alguns setores acomodados da esquerda classe média e exaltadora da política do “fique em casa”.

Ao perceber que essa estratégia não foi muito difundida devido ao alto nível de radicalização das massas e a tendência à mobilização, a direita tenta se aproveitar de uma pauta já abordada pela esquerda, que é a questão do resgate dos símbolos nacionais — de acordo com essa tese, não podemos deixar que a extrema-direita se apodere destes símbolos, pois são nossos também. Esse argumento, assim como visto em 2013, foi um dos que permitiu a infiltração da direita no movimento da época, levando ao golpe de Estado, a prisão do ex-presidente Lula e a eleição fraudulenta que elegeu Bolsonaro.

A questão é que a direita utilizou o assunto como ponte para afirmar que “antibolsonaristas de todas as cores têm a missão de retirar a pecha de ‘esquerda’ do movimento.” Essa citação foi retirada de uma matéria da revista golpista Veja intitulada “Deixe a bandeira vermelha em casa”, e acaba por expressar bem os planos da direita em relação à manifestação. Essa frase foi dita de várias maneiras pela imprensa golpista e, eventualmente, parou na boca da esquerda.

Começam então a aparecer declarações no sentido de “abrir mão do movimento”, “construir manifestações com setores da direita democrática” e “desmonopolizar a mobilização”. A esquerda pequeno-burguesa, em coro com a imprensa golpista, leva em frente o discurso de que os atos precisariam ser apartidários e até os colocam como uma espécie de “campanha eleitoral de Lula”.

Adaptada e capituladora, esse setor da esquerda tenta desconversar e negar qualquer tipo de “partidarismo”, abandonando as pautas da manifestação e seu caráter popular e, consequentemente, colaborando com os planos da direita. Esta última procura incentivar este discurso para tentar passar a ideia de que os atos, assim como a esquerda, não são populares e que, portanto, é necessário “abrir a manifestação” para que diversos setores da “direita democrática” (leia-se direita golpista, representantes da burguesia) se sintam acolhidos e participem da manifestação, como se isso fosse a única maneira de derrotar Bolsonaro.

Todo esse discurso faz parte das manobras da direita para tentar sequestrar a manifestação. Ao perceberem que estão perdendo a mão da situação política, começa um jogo de vale-tudo para 

É importante enfatizar que os atos tem sim um caráter partidário: são atos dos partidos e das organizações de esquerda, são atos do povo, da classe trabalhadora brasileira. As reivindicações apresentadas durante as mobilizações são a pauta atual da esquerda e de interesse da população, fazendo com que os atos, partidários da esquerda, representem de fato o povo.

A esquerda não deve se deixar levar por este discurso chulo. Temos pautas e reivindicações que, além de claras, são de interesse dos trabalhadores e, portanto, não precisamos nos esconder — ao contrário da direita que, apesar de se apresentar como “do povão” tem objetivos historicamente antipopulares e de ataque ao povo pobre.

A direita, com o discurso de que a mobilização serve como campanha eleitoral de Lula, pega pelo pescoço setores da esquerda eleitoreira que, em vez de trabalharem para organizar um verdadeiro ato de esquerda, com grandes convocações, palavras de ordem e reivindicações, decidem usar isso como forma de atacar o PT e promover uma política ilusória de que a solução de tudo são as eleições.

É necessário afirmar que Lula deve sim participar das manifestações. O ex-presidente é um inegável fator de mobilização que serve como impulsionador de diversos setores da população pobre que ainda não saíram às ruas. Lula é portanto um elemento chave para o crescimento e para a polarização das manifestações, fazendo com que o caráter de esquerda e popular se acentue ainda mais.

Lula faz com que os lados da esquerda e da direita estejam bem definidos. Sua presença representa uma oposição ao regime golpista e estimula o crescimento do movimento, afinal, é efetivamente um homem do povo e oposição direta a Bolsonaro no Brasil dos dias atuais.

Deixando de lado os interesses eleitoreiros da esquerda pequeno-burguesa, é preciso reforçar que sim, Lula é o candidato da população. Ele é efetivamente o único elemento capaz de derrotar a direita nas eleições e a defesa de sua candidatura deve ser feita desde já, com a população mostrando sua força e disposição nas ruas em torno de todas as suas reivindicações, sobretudo pelo Fora Bolsonaro e por Lula presidente.

É preciso mostrar à direita que o que aconteceu em 2013 não irá se repetir. A esquerda precisa ostentar suas cores e bandeiras nas ruas, aumentando cada vez mais as mobilizações e mostrando o poder do povo. Bolsonaro precisa cair pelas mãos da população, assim como todos os golpistas que fazem parte de sua equipe. Para isso, é necessário rejeitar por completo os elementos direitistas e toda sua política, formulando um movimento partidário e popular pelo Fora Bolsonaro. 

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