O número de assassinatos no campo vem aumentando vertiginosamente. Um regime de terror está sendo implantado contra os movimentos ligados à terra. O governo golpista de Jair Bolsonaro (PSL) chegou a declarar que está articulando um projeto de lei que tipifica a ocupação de terras como ato terrorista, dando carta branca para que os latifundiários exterminem os trabalhadores do campo sem que se preocupem com quaisquer punições; pois, a partir deste projeto, esses crimes serão vistos como excludente de licitude.
São inúmeros casos de ataque a acampamentos e assentamentos ligados ao movimento dos sem-terra. No último domingo (5), a vítima foi Cidney Coelho de Alvarenga o “Canastrinha do Assentamento”. O sem-terra foi assassinado com dois tiros no peito, na linha P-34, km 06, na zona rural de Alegre dos Parecis – RO. Situações como esta se desenvolvem todos os dias no país, uma vez que essa política genocida encontrou campo fértil para semeio a partir do golpe de 2016, que derrubou a presidenta Dilma Roussef e colocou o golpista Michel Temer (MDB).
Segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), entre os anos de 2017 e 2018 o número de famílias expulsas pelos latifundiários chegou a 2.305, o que representa um acrescimento de 59%, sendo a maior parte na região Norte (36,3% do total), seguida pelo Sudeste (35,6%). Já o número de conflitos chegou a 1.489, revelando um aumento de 4%. Em adição, houve um aumento de 6,5% da área em disputa, totalizando (39.425 milhões de hectares). Vale destacar que no período de um só ano, cerca de 40 milhões de hectares, ou seja, 4,6% da área territorial do país, estava sendo objeto de disputa; o que revela o aumento da tensão no campo.
Através das corriqueiras notícias de assassinatos contra lideranças no campo, podemos ter uma ideia clara de como Bolsonaro pretende tratar a questão dos movimentos sociais ligados à terra.
A discussão do problema da autodefesa torna-se cada vez mais fundamental entre os sem-terra. A situação está extremamente grave. A política dos fascistas que integram o governo é de total aniquilação dos movimentos sociais, dos sindicatos e dos partidos de esquerda. É preciso constituir comitês de autodefesa e fazer uma forte denuncia nas cidades para levantar a opinião dos trabalhadores de todo o País contra a violência dos latifundiários dirigida contra os trabalhadores sem-terra.