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Orlando Silva também defende a aliança com o “centrão” golpista

No último domingo (28) o deputado Orlando Silva, do PCdoB-SP, deu um depoimento ao jornal Folha de S. Paulo em reportagem de Fábio Zanini, em que faz um balanço da atuação da esquerda nos sete meses de governo Bolsonaro.

Na avaliação do articulista, para as lideranças de esquerda ouvidas, é preciso evitar ficar refém da pauta econômica e ampliar os temas para evitar a derrota, como a sofrida na votação da reforma da Previdência.

Segundo ele, Orlando Silva concorda que “a esquerda ficou presa a temas menores ao longo do começo do ano e ainda está aprendendo a se desvencilhar do estilo Bolsonaro”:

A dificuldade óbvia é numérica. Os partidos de esquerda somados (PT, PCdoB, PDT, PSB, PSOL) reúnem 131 deputados, o 25% da Câmara apenas. Isso sem contar as dissidências, como houve na votação da Previdência”, escreve Zanini.

Segundo Silva:

O presidente tenta montar armadilhas, tem sido pródigo nisso – e por vezes a esquerda morde a isca. Há método nesse aparente caos.”

A armadilha de Bolsonaro seria a esquerda se isolar do “centrão”.

Silva continua sobre a reforma tributária:

Temos de fazer um debate mais de mérito. A esquerda não pode se contentar com a simplificação triubutária, temos de avançar na discussão de um sistema tributário progressivo.”

Reforçando a ideia de pressão parlamentar sobre o governo Bolsonaro, tentando convencer o leitor de que seria possível vencer pelo debate com a extrema direita.

A Folha expressa a conclusão do deputado:

Ou seja, sem conquistar aliados nos partidos do ‘centrão’, obter vitórias é altamente improvável…”

Logo, não seria necessário mobilizar o povo nas ruas contra o governo Bolsonaro, exigindo sua derrubada imediata para barrar todos seus ataques contra o povo, mas sim confiar em manobras parlamentares pautadas numa aliança com partidos que deram o golpe (DEM, MDB, etc).

É preciso lembrar que DEM, MDB e demais partidos golpistas estão na política de manter Bolsonaro na linha, ou seja, não se colocar frontalmente contra o governo, mas procurar controlá-lo . Isto faz sentido para o centrão, que derrubou Dilma, prendeu e cassou Lula e elegeu Bolsonaro com a fraude eleitoral. No entanto, qual seria o sentido da esquerda insistir nessa mesma política?

A insistência em fazer lobby no Congresso somado a manifestações a conta-gotas resultaram nas sucessivas derrotas, que culminaram no maior roubo da história contra a classe trabalhadora brasileira (a aprovação da reforma da Previdência).

Logo, insistir nesta política de “virar a página do golpe” traz vantagem à direita no centrão, que teria sua imagem de golpista aliviada, enquanto a esquerda se desmoralizaria perante os trabalhadores, que seriam incentivados a se contentar com o governo e não a lutar contra ele. Prova disso é que os postulantes de reciclar o lixo do centrão já interpretam as derrotas não como falta das lideranças mobilizarem os trabalhadores nas ruas, mas sim como falta de alianças anteriores com partidos golpistas.

Portanto, é preciso reforçar que a esquerda não ganharia nada com tal aliança, que só serviria para desmobilizar a verdadeira luta contra Bolsonaro, que é nas ruas. O que importa para as massas não é meramente a quantidade de votos no Congresso, mas sim a capacidade de mobilização concreta, nas ruas, contra o governo.

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