Há muito tempo este Diário defende a dissolução da PM e a formação de organizações populares para realizar a segurança dos bairros e comunidades, de modo que a segurança em cada local seja feita por quem mora no local. Essa segurança deve ser feita por pessoas eleitas e que possam ser removidas do cargo a qualquer momento. Só dessa forma a preocupação poderia de fato ser a segurança de alguém. O que se tem sob a violência das PMs do Brasil inteiro não chega nem perto disso. As polícias do Estado burguês estão armadas para oprimir e esmagar a população, levando adiante uma política de terror nos bairros periféricos, para conter a população pelo medo.
Bolsonarismo reforça o argumento
As atrocidades cometidas pela polícia nesse primeiro ano de governo bolsonarista reforçaram o argumento pelo fim da polícia militar. O governo mais explicitamente bolsonarista, Wilson Witzel, fez uma série de afirmações incentivando a violência policial em seu estado, o Rio de Janeiro. O resultado dessa retórica apareceu rapidamente, com casos como o do músico Evaldo dos Santos Rosa, que morreu depois de ser atingido dentro do carro que dirigia transportando sua família, e que foi atingido por 80 tiros disparados por militares usando uma metralhadora.
Ainda no mês passado, outro caso provocou escândalo no país, com a morte de uma menina de 8 anos, Ágatha Félix, atingida por tiros da polícia durante uma investida contra o Complexo do Alemão. Ações como essa são incentivadas por governadores como Witzel, que antes mesmo de ser eleito dizia que moradores de comunidades portando fuzis deveriam ser sumariamente executados por atiradores de elite: “tem que morar na cabecinha”, disse o governador naquela oportunidade.
Também foi Witzel que subiu em um helicóptero junto com policiais que, sobrevoando uma comunidade em Angra dos Reis, simplesmente começaram a atirar para baixo. O governador do Rio de Janeiro não é o único que faz esse estilo. O sudeste está dominado por governadores bolsonaristas como ele: João Doria em São Paulo, Romeu Zema em Minas Gerais. São versões estaduais de Jair Bolsonaro.
Papel da polícia é massacrar a população
No entanto, não é exclusividade desses governos que a polícia massacre a população. Esse é o papel da polícia sob qualquer governo. Trata-se de uma instituição montada para isso pela burguesia. Não se trata de zelar pela segurança de ninguém, a não ser pela segurança do patrimônio de um punhado de capitalistas. Por isso é necessário exigir a dissolução desse aparato, por questão de sobrevivência da população pobre e trabalhadora, massacrada cotidianamente em todo o Brasil.