A greve dos petroleiros completa hoje 12 dias. Até o começo da tarde de ontem (dia 11), já eram 102 unidades do Sistema Petrobras com greve e mobilizações, em 13 estados, de todas as regiões do País. Mais de 20 mil trabalhadores participam diretamente do movimento, mesmo diante da imensa pressão da direção da Petrobras, da imprensa e do judiciário golpistas contra a mobilização, iniciada no dia 1º, contra as demissões de mais de mil trabalhadores da fabrica de fertilizantes (Fafen-PR), prevista para ocorrer no próximo dia 14, pelo cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho, contra a privatização e a politica de demolição da empresa por parte do governo ilegítimo de Bolsonaro para favorecer os tubões capitalistas.
Uma grande mobilização
No dia de ontem, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) divulgou o seguinte quadro nacional com o alcance da mobilização:
- 48 plataformas
- 11 refinarias
- 20 terminais
- 7 campos terrestres
- 5 termelétricas
- 3 UTGs
- 1 usina de biocombustível
- 1 fábrica de fertilizantes
- 1 fábrica de lubrificantes
- 1 usina de processamento de xisto
- 1 complexo petroquímico
- 3 bases administrativas
Ainda segundo a FUP, ontem “petroleiros de mais cinco plataformas e dois terminais aderiram à greve da categoria”. Desde o seu começo a greve não parou de crescer um só dia, apesar dos ataques e ameaças da direção bolsonarista e do judiciário. A entidade nacional dos petroleiros, filiada à CUT, e seus sindicatos, divulgaram que a Petrobras convocou aposentados para furar a greve. Sindicalistas denunciaram que “receberam ligações de companheiros que se aposentaram recentemente dizendo que estavbam sendo procurados pelos gerentes da Petrobras para que substituíssem os trabalhadores em greve“, uma situação que nunca havia ocorrido na empresa. Em outras oportunidades, a diretoria buscava atacar a greve enviando petroleiros fura-greves de um estado para outro para substituir os operadores.
A tentativa de por aposentados para trabalhar no lugar dos grevistas é um claro sintoma das dificuldades que a empresa vem tendo para conseguir sabotar a mobilização, apoiada dentro e fora da empresa. Associações de aposentados e trabalhadores se mobilizaram e responderam “Não somos traidores, nem pelegos“.
A empresa busca também contratar terceirizados e temporários para furar a mobilização, com aval da justiça, que ordenou – de forma absurda – que a greve só poderia ser feita com “90% dos petroleiros trabalhando”; mas o serviço especializado de milhares de petroleiros não pode ser substituído dessa forma, sem que se afete seriamente a produção e, inclusive, se coloque em risco a vida e a segurança de milhares de trabalhadores.
Organizar piquetes e mobilizar outros setores
A tentativa de sabotagem da greve pela empresa, deve ser respondida com a intensificação interna da mobilização, com o reforço dos piquetes para parar – pelos meios necessários – os fura-greves, uma vez que a greve defende os interesses gerais dos petroleiros e de todos os trabalhadores brasileiros contra o governo Bolsonaro e demais golpistas. A greve é um enfrentamento da maior importância com o governo, contra sua politica de privatização (entrega) das estatais, de destruição da economia nacional, de desemprego em massa, de rebaixamento dos salários e aumento da repressão contra os trabalhadores e suas organizações de luta.
É preciso também reivindicar da CUT, demais sindicatos e outras entidades a ampliação da mobilização unificada com outros setores, principalmente dos trabalhadores das estatais ameaçadas pela privatização e demissões, como os das 17 empresas listas para privatização pelo governo no ano passado: Correios; Eletrobras; Telebras; Casa da Moeda; Empresa Brasil de Comunicação (EBC); Loteria Instantânea Exclusiva (Lotex); Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp); Empresa Gestora de Ativos (Emgea); Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF); Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro); Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev); Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU); Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A. (Trensurb); Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerias de São Paulo (Geagesp); Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasaminas); Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) e Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec).
Além disso , é preciso convocar o apoio ativo, com grandes mobilizações de rua, das demais categorias das estatais, do serviço público, duramente atacados pelo governo e ameaçados com a reforma administrativa, bem como o conjunto dos trabalhadores e da juventude, diante do caráter geral da mobilização dos petroleiros.
Para unificar essa luta, lhe dar coesão e ampliar sua força, é preciso levantar reivindicações gerais que unifiquem o movimento, em primeiro lugar, a luta pelo fim do governo entreguista, dilapidador das riquezas nacionais e de ataque a todos os trabalhadores, por meio da reivindicação de Fora Bolsonaro e todos os golpistas.
