No dia 26 de setembro, o portal G1 publicou uma matéria de título “86% dos profissionais desempregados acreditam que disputa por vaga será com concorrentes mais qualificados, diz pesquisa”. O texto se baseia em um levantamento feito pela Robert Half, uma empresa de recrutamento especializado e busca explicar os motivos pelos quais as pessoas não estariam conseguindo emprego. Segundo a pesquisa, 86% dos desempregados “acreditam que terão de concorrer com candidatos mais qualificados” e, desses, 90% deles “dizem estar preparados para isso”.
O levantamento ainda indica que, supostamente, 40% dos entrevistados “relataram ter medo de perder o emprego e depois ter de competir com profissionais mais qualificados para se recolocar”. Para 51% das pessoas consultadas, a maior dificuldade para conseguir se manter na vaga seria “a pressão por resultados e manter a evolução da qualificação”.
Todos essas pesquisas têm como fim, na verdade, justificar a política oficial do governo Bolsonaro. Conforme o G1 tenta indicar, as pessoas estariam desempregadas porque “o mercado estaria mais competitivo” ou porque elas não seriam “qualificadas” o suficiente. Trata-se do típico discurso liberal, que coloca sobre o indivíduo a responsabilidade por todas as desgraças que lhe ocorrem.
O problema do desemprego no Brasil, contudo, nada tem a ver com a “competitividade” ou a “qualificação” das pessoas. Tem a ver com o golpe de Estado de 2016 e a sua continuação: o governo Bolsonaro, que está destruindo a indústria nacional e entregando todo o patrimônio para os capitalistas. A política dos golpistas, diante da profunda crise capitalista, é de rebaixar os salários e matar o povo de fome.
Diante dessa realidade, é necessário que os desempregados, os trabalhadores e todos os explorados se organizem em torno de uma luta concreta contra a direita golpista. É preciso derrubar o governo Bolsonaro e exigir um programa de reivindicações que coloquem o ônus da crise nas costas da burguesia: salário mínimo vital para todos e redução da jornada de trabalho para 35h sem redução de salários.