Desde o começo da crise, este Diário vem debatendo com outros setores da esquerda a necessidade de que as organizações populares deveriam estar mobilizando o povo contra a crise profunda que atingiu o País e o mundo. De um modo geral, a política da esquerda tem sido oposta a esta. Tem sido predominante nas organizações populares, sindicatos e partidos uma política que coloca os trabalhadores a reboque da direita ao ter como única política a defesa do isolamento social, sem um programa de luta que coloque o povo em movimento.
A novidade agora é que as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo se juntaram para inaugurar um sítio de internet com o objetivo de todomundo.org para colocar em prática uma campanha que chamam “Vamos precisar de todo mundo”.
Nesse sentido, essas organizações reforçam uma política de desmobilização, se limitando a defender a campanha de solidariedade, com doações, que tem sido a ideologia demagógica que a burguesia tem difundido para esconder o enorme confisco contra os trabalhadores durante a crise.
Embarcar nessa política é dar aval ao objetivo dessa ideologia: pedir para que a população pobre e trabalhadora tire dinheiro do próprio bolso enquanto que o governo distribui trilhões aos grandes capitalistas.
Por mais que possa ser louvável a solidariedade do povo, essa não é nem de longe a tarefa central de uma organização política de esquerda ou sindical. Diante do momento de grave crise, é preciso colocar em prática um programa de luta, que chama o povo a se mobilizar contra os ataques brutais que os governos e os capitalistas preparam e também contra o genocídio que toda a direita “organiza” contra o povo sem uma política de combate à pandemia.
Essa é a tarefa e ela é urgente!