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França

Opressão contra árabes está por trás da decapitação de professor

Colocada como a principal motivação para que crimes como o assassinato do professor Samuel Paty aconteçam, a intolerância religiosa é apenas um dos fatores que levam à esses crimes

Na última semana, um crime ganhou grande notoriedade na França, onde um professor, Samuel Paty, foi decapitado na última sexta-feira (16), em Conflans Sainte-Honorine, próximo a escola onde lecionava. O crime teria ocorrido após o professor em uma aula sobre liberdade de expressão ter exposto aos alunos charges com a imagem do profeta Maomé, grande líder da religião islâmica. Com isso, após a divulgação de um vídeo onde um pai de uma aluna da escola se mostra revoltado com o professor e sua atitude, Abdullakh Anzorov, um checheno de origem russa, acabou cometendo o crime com a ajuda de mais dois adolescentes entre 14 e 15 anos, que identificaram o professor em questão para o assassino.

O crime está sendo associado à intolerância religiosa, pela utilização da imagem do profeta Maomé na aula de Samuel Paty, mas devemos nos atentar para outras questões que possam ter levado a essa reação entre os árabes dentro do território francês e o que isso pode representar aos imigrantes que estão dentro do país daqui pra frente. A decapitação do professor é algo bárbaro, e essa não é a primeira vez que atitudes extremas são realizadas pelo povo islâmico no país, vide o caso do jornal Charlie Hebdo, onde em 2015 doze pessoas foram assassinadas dentro do prédio onde ficava a redação do jornal em Paris, capital francesa. O povo islâmico é conhecido pela sua grande devoção e o que chamam de fanatismo religioso, algo sempre colocado como o principal motivo para que esse tipo de crime aconteça dentro da Europa, mas o que é escondido na maioria das vezes são outros fatores que estão associados à intolerância religiosa.

Não é de hoje que imigrantes, principalmente aqueles vindos do Oriente Médio, são frequentemente humilhados e tratados como verdadeiros criminosos dentro do continente Europeu, principalmente após os episódios de grandes proporções envolvendo o povo islâmico como foram o 11 de setembro e o próprio Charlie Hebdo. Os imigrantes são ameaçados de deportação, trabalham em serviços degradantes, ficam sem ter onde morar, sem ter o que comer, e ainda enfrentam perseguições por suas religiões, costumes e culturas, além de toda a opressão vinda de diversas esferas da sociedade, afinal o preconceito com o povo islâmico é muito forte principalmente nos países europeus e nos Estados Unidos. A intolerância religiosa e a defesa do profeta Maomé são utilizadas muitas vezes para taxar os imigrantes como “extremistas” e até mesmo como pessoas “loucas”, e com isso escondem todas as outras situações que acabam terminando nessas atitudes extremas, a intolerância religiosa é apenas mais um dos fatores de opressão que ocorrem dentro do continente europeu com os islâmicos, e não o único.

Além disso, crimes como esse são utilizados como justificativa para o aumento da perseguição e da opressão ao povo islâmico pelo Estado burguês e as forças imperialistas. Após o ocorrido, o governo de Emmanuel Macron já sinalizou que ações contra o islamismo radical devam se intensificar em território francês além de já ter sido anunciado a dissolução do coletivo pró-palestino Cheikh Yassine, e também o fechamento por seis meses da mesquita de Pantin, ao norte de Paris, por seus membros terem divulgado o vídeo do pai revoltado com a aula de Samuel Paty, e ao ver do governo francês terem “estimulado” que o crime acontecesse. Ao mesmo tempo em que os imigrantes são ainda mais oprimidos em território francês após atitudes extremas e crimes como o caso do professor Samuel Paty, a França e os grandes países imperialistas continuam com seus ataques frequentes estimulando e financiando a morte de milhares de palestinos e islâmicos no oriente médio. A morte do professor Samuel Paty é apenas um reflexo de toda a opressão e preconceito sofrido pelo povo islâmico dentro do território europeu.

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