‘Essa carta enviada a Donald Trump é uma arma fatal contra o povo boliviano e vai servir como um instrumento que legitima as operações subversivas, encobertas dos EUA contra a Bolívia’, afirmou Quintana durante uma entrevista no programa ‘El Pueblo es Noticia’ (O Povo é Notícia), da Bolívia TV.
Segundo detalhou, este país está no mundo das operações encobertas dos EUA para tentar destruir o Processo de Mudança impulsionado pelo presidente Morales e impor o modelo norte-americano de governabilidade.
Durante o período neoliberal, de 1985 a 2005, o custo da privatização e da capitalização de empresas estatais na Bolívia implicou um prejuízo econômico superior aos 20 bilhões de dólares, cifraÂáconfirmada por documentação vigente e informação dessa etapa, recordou.
No entanto – afirmou – atualmente, o Produto Interno Bruto do país é de quase 44 bilhões de dólares, com um investimento público que se traduz em projetos de desenvolvimento para a estabilidade, o crescimento, o emprego, a educação e a saúde.
Quintana explicou que durante os 13 anos de gestão presidencial de Morales, a economia boliviana registrou uma média de crescimento de 4,9%, o que permitiu que mais de três milhões de pessoas saíssem da pobreza e que fossem implementados vários programas sociais.
‘Não há um projeto neoliberal que proponha saúde universal, proteção ao cidadão, investimento público ou a empresas estratégicas do Estado’ em benefício do povo, disse.
O ministro se referiu à situação em alguns países da região nos quais ‘se está produzindo um desmantelamento total de sua economia, que ataca os mais pobres e gera mais pobreza, sem direitos sociais, afetando as aposentadorias e com uma porcentagem elevada de crianças próximas à extrema pobreza’.
Os deputados bolivianos de oposição – disse – pedem a Trump que desapareça com a proteção e os benefícios sociais (…) e que não se redistribua riqueza.
Segundo o ministro da Presidência, esses legisladores pretendem vender o país e essa carta é uma antecipação do que será o futuro da Bolívia se a direita voltar ao governo.
‘Com esta carta estão apresentando o programa de Governo da direita antipátria, pró-imperial, para 2020-2025, que implica um desmantelamento do Estado Plurinacional, ocupação norte-americana contra o povo boliviano e uma intervenção explícita’, agregou.
Desta forma, a Bolívia ficará despojada de seus recursos naturais, sem o processo de nacionalização, empresas estratégicas, nem bônus, apontou.
Enfatizou que uma intervenção é a carta branca para destruir um país, e precisamente isso é o que a oposição boliviana pede ao Governo estadunidense.
Nesse sentido, Quintana chamou o povo boliviano a ver as imagens dos países onde os EUA intervieram, por exemplo, Iraque, Líbia, Iêmen, e que depois associem a situação nesses lugares com o pedido antipatriótico e inconstitucional dos opositores.
Este 11 de abril, a plenária da Assembleia Legislativa Plurinacional aprovou uma declaração que repudia de maneira contundente a intervenção do Senado dos Estados Unidos na política boliviana.
Antes disso, o Senado norte-americano emitiu uma resolução em que se manifesta contra uma eventual reeleição do líder boliviano, e aponta um supostoÂáenfraquecimento do sistema democrático nesta nação do altiplano.
O presidente Evo Morales recusou essa ação intervencionista, e pelo contrário, chamou a emitir uma resolução que impeça seu homólogo estadunidense, Donald Trump, de violar os direitos humanos e lhe exija respeitar tanto o direito internacional como o multilateralismo.
‘Além disso, deveria instruir que, se são humanos, levantem o bloqueio econômico a Cuba, respeitem todas as resoluções das Nações Unidas e não estar intervindo’ em assuntos internos de outros Estados, afirmou o mandatário à Agência Boliviana de Informação.
Assim mesmo, convidou o Senado estadunidense a presenciar as eleições em outubro, pois garantiu que ‘o povo boliviano lhes pode ensinar como tomar decisões com dignidade e soberania’, escreveu Morales em sua conta no Twitter.