Na manhã dessa terça-feira, 26 de fevereiro, os operários da Ford, fábrica localizada em São Bernardo do Campo, realizaram um grande ato, com a presença de milhares de trabalhadores, contra o fechamento da montadora. No último dia 19 de fevereiro, os trabalhadores foram informados pela direção da empresa de que a fábrica seria fechada, acarretando na demissão de quase 3 mil operários de maneira direta, o que levaria ao desemprego de cerca de 24 mil trabalhadores de maneira indireta.
No próprio dia 19 os metalúrgicos decidiram entrar em greve em defesa de seus empregos e contra o fechamento da fábrica. Nesse dia 26, os operários da Ford, sob a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, realizaram uma nova assembléia na qual foi decidida a manutenção da greve contra a política criminosa dos capitalistas de fechamento da montadora e de demissão de milhares de trabalhadores.
A justificativa fajuta dos patrões é de que a Ford teve um prejuízo de UU$ 678 milhões na América do Sul no ano de 2018. Isso mesmo a empresa tendo apresentado um aumentado de 17% das vendas no Brasil, no último três meses de 2018.
A ameaça de fechamento da fábrica também é parte da politica de chantagem dos patrões contra os trabalhadores. Ameaçam encerrar a produção e demitir os operários para forçar um acordo rebaixado, a retirada de direitos conquistados. Essa política foi imposta, por exemplo, na GM em São José dos Campos. Contou com a colaboração vergonhosa da direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, dirigido pelo PSTU-Conlutas, a qual aceitou um acordo totalmente rebaixado, um ataque sem precedentes aos direitos dos trabalhadores.
No caso da Ford, a decisão de manutenção da greve é extremamente acertada por parte dos operários, a única forma de enfrentar o ataque dos capitalistas é por meio da mobilização dos trabalhadores. É preciso, no entanto, intensificar a mobilização, o que só pode ser feito com a ocupação da fábrica. A ocupação é um método histórico de luta da classe operária contra os patrões, já foi utilizado em várias situações para enfrentar a chantagem e as ameaças dos capitalistas. É preciso ter claro que se a fábrica está de fato em crise a culpa não é dos trabalhadores e sim dos patrões, estes não estão nem um pouco preocupados com as condições de trabalho e sim em aumentar cada vez mais seus lucros bilionários por meio da brutal exploração da mão de obra.
Os operários não podem pagar pela crise de seus patrões, se estes não conseguem mais manter a produção é necessário que os trabalhadores a tomem para si, ocupem a fábrica e coloque-a serviço de seus próprios interesses de classe.