Após as marchas do dia 28 de julho que produziram grandes concentrações em “defesa da democracia”, e que foram qualificadas como vitoriosas pelos dirigentes das seis federações do Trópico de Cochabamba (federação de camponeses plantadores de coca), saíram hoje às ruas de todo o país a população boliviana pela manutenção das eleições para presidente da república.
As manifestações populares na Bolívia, pré-convocadas pelas organizações populares para o dia 03 de agosto, bloquearam hoje estradas que ligam Santa Cruz a Cochabamba, ao Beni e a outras regiões, conforme divulgaram hoje vários meios de imprensa.
A greve por tempo indeterminado chamada pela Central Obrera Boliviana (COB) exige que o Tribunal Superior Eleitoral mantenha as eleições para o dia 06 de setembro e não dia 18 de outubro, conforme nova manobra da direita promovida unilateralmente pelo TSE.
Com pedras, paus e morros de areia, os movimentos populares fecharam as rotas pelo país desde as primeiras horas desta segunda. Existem vários pontos de bloqueios na região do Chapare e em Yapacaní, por onde não há como passar pela estrada Santa Cruz-Cochabamba.
Em El Alto, uma grande quantidade de manifestantes também fecharam vias, queimaram pneus para impedir o deslocamento de carros.
A grande quantidade de pessoas já fez com que a imprensa golpista local chamasse a atenção para a falta de cuidados dos manifestantes com a Covid-19, pela falta de máscaras e o não distanciamento físico. O diário de Santa Cruz “El Deber”, que defendeu o golpe de estado e que faz vista grossas aos descasos do governo golpista de Jeanine Añez, manifestou sua “preocupação” com as manifestações populares.
Cresce, portanto, o descontentamento popular e a pressão para que haja logo as eleições populares para a escolha do próximo presidente da Bolívia. Os golpistas liderados pela presidenta golpistas Jeanine Añez tentam ganhar tempo se articulando em como evitar que o candidato do Movimiento Al Socialismo (MAS), Luis Arce, que lidera as pesquisas, saia vitorioso no próximo pleito nacional. Enquanto isso a população se organiza cada vez mais nas ruas por novas eleições imediatas e pelo desmantelamento do regime golpista.