Nesta quarta-feira (20), Michelle Bachelet, alta comissária da ONU, revelou que as Nações Unidas estão preocupadas com o bem-estar do povo venezuelano, já que as últimas sanções contra o setor petrolífero do país podem levar a uma rápida deterioração econômica.
Segundo Bachelet, “embora essa crise econômica e social generalizada e devastadora tenha começado antes da imposição das primeiras sanções econômicas em 2017, estou preocupada [com o efeito] que as recentes sanções às transferências financeiras relacionadas à venda de petróleo venezuelano nos Estados Unidos possam contribuir para agravar a crise econômica com possíveis repercussões nos direitos básicos e bem-estar das pessoas”.
A declaração de Bachelet denota o reconhecimento dos efeitos do bloqueio. No entanto, vale destacar que ela mente ao falar que a crise começou antes das primeiras sanções em 2017. Primeiro, porque as primeiras sanções não começaram em 2017, ao menos na prática, uma vez que, pelo menos desde 2015 os EUA impõem uma política ultra agressiva contra a Venezuela e mesmo antes (desde 2013) a burguesia venezuelana subalterna aos interesses dos EUA, boicota a produção e distribuição de produtos básicos como remédios e comida; fato este, causador da escassez induzida. Ademais, todas essas ações dos golpistas tem contado, desde o início, com amplo apoio de seus patrocinadores, os EUA.
O presidente legítimo Nicolás Maduro, vem denunciando copiosamente as sanções, alertando que todas as investidas do imperialismo têm, tão somente, o objetivo de apreender os ativos soberanos da Venezuela e pilhar o país para promover uma catástrofe social que desestabilize o governo. Maduro também tem denunciado que Guaidó é um fantoche dos Estados Unidos e que Washington planeja um golpe de Estado na contra seu país.
As consequências dos bloqueios e da ingerência dos EUA contra Venezuela têm produzido efeitos devastadores. As contradições existentes entre os interesses dos membros da Organização das Nações Unidas (ONU) ecoam e, de fato, desvelam a crise do capitalismo e o conflito entre os interesses do imperialismo e seus lacaios.