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Extrema-direita mundial

ONG de extrema-direita dos EUA está por trás dos protestos anti-aborto

Protestos acontecem em São Paulo, em frente ao hospital Pérola Byington, centro de referência no atendimento à vítimas de violência sexual.

Desde o início do mês de outubro, as vítimas de estupro que vão ao Hospital Pérola Byington, no centro de São Paulo, para a realização de um aborto seguro e legal encontram uma barraca de um grupo chamado “40 Dias pela Vida” em frente ao local.

O hospital é um centro de referência no atendimento a vítimas de violência sexual. De acordo com a lei brasileira, o aborto é permitido no País em casos de estupro, risco de morte para a mãe ou má formação do feto que torne inviável a vida da criança.

Os membros do grupo 40 Dias pela Vida, a maioria do sexo masculino, abordam estas mulheres, as ofendem e, na barraca, expõem mensagens como “aborto destrói gerações”, imagens de bebês “pedindo para nascer”, além de carregarem miniaturas de fetos desenvolvidos.

Este grupo de extrema direita representa um ramo do americano “40 Days for Life” (“40 Dias pela Vida”), que existe desde 1998 e costuma fazer ações duas vezes ao ano em frente às clínicas de aborto seguro nos Estados Unidos, que autorizam o aborto em qualquer circunstância até a 24ª semana de gravidez (dependendo do estado, esta lei pode variar).

Com o objetivo claro divulgado em seu site de “rezar pelo fim do aborto”, este grupo pretende ir além dos EUA a partir de “uma campanha internacionalmente coordenada”. O sítio do grupo informa que foram realizadas ações em Moscou, na Cidade do México, em Toronto, em Londres, em Bogotá, na Cidade do Cabo e em Sidney.

De acordo com a agência de notícias BBC News Brasil, quatro funcionários do hospital disseram à reportagem que, por causa da presença do grupo, as pacientes têm ficado muito incomodadas. Uma técnica de enfermagem relata que uma das pacientes que estava grávida por causa de um estupro, chorava muito e afirmava que era “por causa do grupo lá fora”.

Em outubro, Celene Salomão de Carvalho, líder do grupo “40 Dias pela Vida”, foi parar na delegacia por agredir fisicamente a assistente de produção J. que havia se aproximado do grupo com o objetivo de contar a sua história e foi recebida aos gritos. J. passou pelo atendimento ginecológico e psicológico do hospital após ter sido sequestrada, levada para um cativeiro e estuprada.

Para receber esse atendimento, teve que passar duas vezes por semana em frente à barraca da extrema-direita. Ela afirmou que “a presença deles estava atrapalhando muito o meu tratamento. Eu estava muito mal desde que aconteceu isso (o estupro) comigo, e por causa do grupo comecei a ter pesadelos com temas religiosos”.

Além de ter sido recebida aos gritos pelo grupo ao tentar contar a sua história, J. conta que foi segurada pelo pescoço por um homem. “Ele ficou me segurando enquanto uma mulher me dava tapas no rosto, no braço”. Diante da situação, funcionários do hospital a levaram para dentro do prédio.

O fato de uma ONG de extrema-direita dos EUA estar por trás dos protestos anti-aborto evidencia que os argumentos do grupo “40 Dias pela Vida”, embora travestidos de um tom moral, passam pela questão do poder que os homens e mulheres capitalistas burgueses exercem sobre os corpos das mulheres trabalhadoras. Dessa forma, o direito ao aborto está relacionado a luta de classes e ter direito ao próprio corpo passa pela luta contra o regime capitalista de exploração dos corpos.

É necessária a existência de um movimento de mulheres organizado que exerça uma pressão popular para avançar na luta pelos direitos fundamentais que libertam as mulheres da opressão.

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