A primeira vacina para prevenção do covid-19 foi anunciada essa semana, chamada Sputnik V foi desenvolvida na Rússia. A Organização Mundial da Saúde rapidamente se pronunciou contra a vacina, alegando que não irá recomendá-la enquanto o governo russo não divulgasse todos os resultados. Contudo sabendo que a OMS é um órgão subordinado a ONU, um baluarte do imperialismo, e a Rússia é um dos países que desafia esse poder, se torna evidente a disputa política e econômica em cima dessa descoberta.
Mal foi anunciada a vacina e pelo menos 20 países já demonstraram o interesse, somando um desejo total de 1 bilhão de doses. Alguns países já estão articulando a produção em massa incluindo possivelmente Cuba, uma referência internacional de saúde pública. Enquanto isso o mundo ruma para as milhões de mortes e ao mesmo tempo que a pandemia vai diminuindo nos países imperialistas (com exceção dos EUA) vai crescendo nos países atrasados onde pode ter uma impacto muito pior.
Qualquer tratamento, mesmo que eficiente de forma parcial, agora teria um impacto gigantístico na saúde de centenas de milhões de pessoas e justamente por isso teria um impacto econômico maior ainda, de ao menos bilhões de dólares. Ao soltar a primeira vacina os russos saem na frente de todos os monopólios da indústria farmacêutica que controlam o mercado internacional e são um dos principais responsáveis pela destruição da saúde pública de qualidade no Brasil e no mundo.
O imperialismo é composto pela burguesia de alguns países que controla os mercados internacionais através dos monopólios, um dos setores com maior peso econômico é justamente a industria farmacêutica. Para se ter uma noção de escala a Monsanto, empresa enorme dos EUA que controla grande parte do mercado do agronegócio do Brasil e do mundo, foi comprada pela Bayer a farmacêutica alemã. O poder desses monopólios não deve ser subestimado, principalmente no que concerne uma instituição diretamente ligada ao imperialismo como a ONU.
Apesar de possuir uma aparência cientifica a OMS não deve ser mal compreendida, seus reais interesses são os lucros da industria farmacêutica. Fenômeno semelhante se deu no Brasil com a invenção dos “governadores científicos” que seriam oposição a Bolsonaro mas que em poucos meses já passaram a aplicar suas mesmas políticas genocidas contra o povo. Apesar de não ser comprovadamente uma solução ao covid-19 a vacina Russa é um tratamento em potencial, não se deve cair na campanha criminosa do imperialismo de descartar medicamentos para garantir os lucros dos capitalistas.