A diretora do Departamento de Imunização, Vacinas e Produtos Biológicos da Organização Mundial da Saúde (OMS), Katherine O’Brien, afirmou, no último final de semana, que a vacinação lenta em diversos países pode favorecer a circulação e mutação do coronavírus, colocando pressão mesmo sobre países com altas taxas de imunização. “As fronteiras dos países não são impermeáveis ao vírus”, disse.
Em sua sustentação, disse ainda que os países pobres e médios representam, hoje, quase metade da população mundial, entretanto só 17% das doses administradas foram para estes locais. Há países vacinando crianças, enquanto outros nem completaram a vacinação de trabalhadores de saúde. Para ela, parte do problema é a disponibilidade de matéria-prima, e a outra parte é onde a produção está sendo feita. Mais de 80% de toda a capacidade global de produção de vacinas contra a covid-19 está concentrada em só 10 países. A África, por exemplo, precisa importar 99% das vacinas que precisa.
O cenário é uma das mais claras expressões de como o imperialismo funciona e, assim, se sustenta: através de um caminho pavimentado por cadáveres de trabalhadores pobres.