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Genocídio dos povos indígenas

Omissão estatal resultará em mortes por coronavírus nas aldeias

Os povos indígenas no Brasil denunciam não só o descaso no atendimento à sua população diante do coronavírus, mas também a ofensiva de invasores aos seus territórios

A situação do coronavírus no Brasil tem provado que o verdadeiro grupo de risco em um país atrasado, submetido a um regime golpista de extrema-direita e a uma burguesia vampiresca, não são necessariamente as pessoas com condições de saúde pré-existentes ou as pessoas com idade mais avançada, apesar de estas estarem também correndo risco diante da situação.

No Brasil governado por Jair Bolsonaro e os golpistas herdeiros do regime instaurado com o golpe de 2016, os verdadeiros grupos de risco são as pessoas pobres, da classe trabalhadora, os negros e também, como veremos a seguir, os índios. 

A população indígena sofre com o genocídio e o descaso dos governos desde os princípios da formação do país e, com a crise sanitária do coronavírus, a situação não é diferente. Além disso, os inimigos do povo aliados da extrema-direita aproveitam a situação de desmobilização por conta da quarentena para executar uma ofensiva contra os indígenas e suas cobiçadas reservas.

No dia 26 de maio, uma operação da Polícia Civil encontrou invasores realizando atividade de extração de madeira ilegal na Terra Indígena Urubu Branco, localizada no município de Confresa (MT). Foram encontrados no território dois barracos de madeira, onde os invasores dormiam e comiam, motosserras e toras de Pau-Brasil cortadas ali da região. 

As lideranças indígenas locais, da tribo Apyãwa expressaram sua indignação diante do fato de estarem de quarentena por conta da pandemia e serem surpreendidos por uma invasão em pleno período de isolamento social. Há relatos de que as invasões por parte das madeireiras e criadores de gado são sistemáticas nesse território desde 1993, quando ele foi retomado pelos Apyãwa.

A situação dos Guarani e Kayowá

Além desse avanço criminoso das madeireiras sobre territórios que não lhes pertencem, damos destaque também a uma carta escrita pelos conselhos tradicionais Guarani e Kayowá Aty Guasu (assembléia Geral do Povo Guarani e Kaiowá), Kuñangue Aty Guasu (Grande Assembléia das Mulheres Guarani e Kaiowá), RAJ (Retomada Aty Jovem), Aty Jeroky Guasu (Assembleia geral dos Nhanderus e Nhandesys), cujo conteúdo revela a total ausência de políticas públicas do Estado nacional e dos governos e municípios para impedir a dispersão do coronavírus entre os povos indígenas.

São cerca de 51 mil Guarani e Kaiowá, a segunda maior população indígena do Brasil. Eles estão localizados em territórios do estado do Mato Grosso Sul e declaram estar em estado de emergência. 

Após três dias de testes, a Reserva Indígena de Dourados (RID), a mais populos ado Brasil, confirmou, no dia 16 de maio, 10 casos positivos de coronavírus. Diante disso, todos os territórios Guarani e Kayowá se puseram em alerta, bloqueando todos os acessos aos seus territórios.

A Secretaria Especial de Saúde Indígena ainda aponta diversos casos suspeitos de Covid-19, isso sem falar nas subnotificações, que são regras em todo o Brasil. Os indígenas relatam na carta que as condições de moradia dos Guarani e Kaiowá não permitem o isolamento social domiciliar.

A cidade de Dourados, a mais próxima da região onde se encontram estes indígenas, tem poucos leitos disponíveis e, de acordo com previsão do boletim epidemiológico da SESAI, não dará conta de todos os indígenas infectados. De modo que a Secretaria Especial de Saúde Indígena requer reforços urgentes para enfrentar essa pandemia.

A situação nos municípios é de extrema precariedade e, mesmo assim, o Governo Federal tem a intenção de municipalizar o atendimento de saúde indígena. A situação com a Covid-19 só demonstra que as prefeituras não têm capacidade de realizar atendimento aos povos indígenas, não conseguindo nem disponibilizar redes de emergência aos locais mais afastados dos grandes centros urbanos.

É preciso denunciar a situação de descaso total com a saúde dos povos indígenas não só nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, mas em todo o Brasil. Diante de afirmações como a do ministro da educação Weintraub, de que ele odeia os “povos indígenas”, é preciso ter em mente que o atual governo de golpistas pretende pôr em prática um verdadeiro genocídio dessa população, assim como o quer fazer com todos os outros setores explorados da população.

A luta dos indígenas deve se juntar à da classe trabalhadora e às dos outros povos explorados do Brasil, pelo Fora Bolsonaro e pela implantação de um programa realmente popular de defesa da população contra a pandemia do coronavírus.

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