Em reportagem publicada pela Folha de S. Paulo na última segunda-feira (25), o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ministro da Secretaria de Governo, criticou o guru da extrema-direita Olavo de Carvalho. Segundo o general, Olavo de Carvalho seria um desequilibrado: “Por suas últimas colocações na mídia, com linguajar chulo, com palavrões, inconsequente, o desequilíbrio fica evidente”.
O ataque do general a Olavo de Carvalho, no entanto, não causa nenhuma surpresa. Mesmo Jair Bolsonaro tendo elogiado Carvalho recentemente, o regime político está repleto de elementos que desprezam o guru. Olavo de Carvalho, por sua vez, já chegou a criticar membros do governo Bolsonaro. O vice-presidente Hamilton Mourão foi chamado de “idiota” e “estúpido” por Carvalho.
O que de fato a crítica do general a Olavo de Carvalho revela é que há uma crise profunda no governo Bolsonaro, e que essa crise está levando a um conflito entre os “olavetes” – isto é, seguidores de Olavo de Carvalho, e os militares. Nesse momento de grande instabilidade do governo, militares e “olavetes” têm interesses muito distintos.
Os militares estão tentando, a todo custo, estabilizar o país, ou seja, criar condições para que o imperialismo possa levar adiante uma política devastadora contra os trabalhadores. Nesse sentido, os militares sabem bem o que querem e têm um plano definido para alcançar seus objetivos.
Os “olavetes” querem o caos. Isto é, por mais que sejam úteis para a burguesia quando esta precisa conter a esquerda, os “olavetes” não têm um plano definido que permita ampliar a dominação dos golpistas sobre o regime político.