A Oi demitiu 132 funcionários na última semana podendo chegar a 2 mil, diante dos cortes implementados pela empresa, que justifica as demissões alegando que os cortes fazem parte de sua estratégia de gestão, diante da novo realidade econômica.
A empresa alega que as demissões são necessárias para se manter competitiva no atual cenário econômico mundial. Um corte desta magnitude significa cerca de 15% a 20% de seus gastos com a folha de pagamento. Ou seja, não se trata de um mero corte mas sim uma reestruturação.
Quando uma empresa deste porte alega que precisa tornar-se “mais competitiva” trata-se de uma camuflagem para, em meio a um cenário de desemprego e baixos salários, “reciclar” seus trabalhadores, recontratar sob contratos mais precários e intensificar a exploração dos que permaneceram.
A retorica por parte dos capitalistas, é que o corte com pessoal é preciso para manter empregos, o que parece ser uma contradição no palavrório burguês é de fato uma tentativa da Oi de manter seus lucros sob a base de uma severa precarização do trabalho de seus funcionários, que tem de lidar com a alta rotatividade, baixos salários, terceirizações, contratos temporários e outras atrocidades que os patrões cometem.
Dentro de um conjunto de politicas aplicadas depois do golpe de Estado dado no governo Dilma, umas das principais foi a chamada “flexibilização” da CLT, Consolidação das Leis Trabalhistas, que segundo os patrões seria uma ação de adaptação das normas trabalhistas. A realidade demonstra que essas palavras escondiam os interesses dos patrões, de querer tirar, como de fato estão tirando, todos os direitos trabalhistas, levando a categoria de trabalhadores de empresas telefônicas a uma situação de exploração muito intensa.
Foi a violação dos acordos de trabalho. No começo da pandemia, com protestos dos trabalhadores de telemarketing porque as empresas – incluindo a Oi – não dão equipamentos e matérias de segurança sanitária. Além disso, mesmo com aporte trilionário dado pelo governo federal aos grandes capitalistas sob a desculpa de preservar os empregos, até demissões seguem ocorrendo. Os trabalhadores de operadoras de telefonia estão entre os mais explorados no mercado de trabalho e a pandemia está afetando-os ainda mais. Por isso, é necessário que os setores mais vanguadistas da categoria se organizem em comitês dedicados à luta pela mobilização dos trabalhadores, em defesa de seus interesses o que também implica em aderir à luta geral pelo “Fora Bolsonaro” para conquistarem seus direitos.
As reestruturações, demissões e subcontratações são medidas que tendem a ser cada vez mais implementada pelas empresas, para aumentarem os lucro. Embora a crise econômica venha afetando mais explicitamente a indústria, onde as demissões e falências são sistemáticas (assim como os processos de reestruturação), as 132 demissões e a possibilidade de mais 2 mil dispensas na Oi talvez sejam um dos casos mais expressivos de que todos os setores da economia passarão a usar medidas como demissões em massa e cortes de salários para salvar os lucros das empresas.
Trata-se assim de mais um exemplo que demonstra a necessidade emergencial de ser aplicada uma lei que proibia as demissões em todo país, impedindo assim que milhares de famílias sejam jogadas nas ruas e excluídas do direito elementar do emprego.