O secretário municipal da saúde da cidade de São Paulo afirmou que, dos 1.662 leitos disponíveis exclusivamente para pacientes com coronavírus em todo o município, 60% foram preenchidos em apenas uma semana.
O hospital de campanha montado no Anhembi, zona norte de São Paulo, tinha sua inauguração programada para o dia 12 de abril, mas foi inaugurado no dia 11, sábado, e recebeu 8 pacientes no mesmo dia, tendo, até a data de publicação desta matéria, 13 pacientes internados. Outro hospital de campanha foi montado no Pacaembu e já conta com 61 pacientes e 1 morte.
No estado do Rio de Janeiro, cerca de 70% dos leitos de UTI estão ocupados com pacientes infectados com o coronavírus.
No estado do Pernambuco, 80% dos leitos de UTI criados para o enfrentamento do coronavírus já estão ocupados.
O estado do Amazonas foi o primeiro a ter o sistema de saúde colapsado. Com o primeiro hospital de campanha inaugurado no dia 13 de abril em Manaus, onde se concentram os casos, o governador do estado, Wilson Lima (PSC), afirmou, em discurso, que “os especialistas apontam que 80% da população vai pegar o coronavírus”.
No balanço divulgado pelo Ministério da Saúde no dia 12 de abril, o Brasil tinha 22.169 casos e 1.223 mortes por coronavírus. É evidente que estes números são completamente mascarados, não só aqui, mas no mundo inteiro: uma pesquisa da Universidade de Göttingen afirma que apenas 6% de todos os casos de coronavírus vieram a público; no Brasil, apenas de 0,95% dos casos teriam sido notificados.
Se nem em São Paulo, o coração econômico do país, a situação está razoavelmente controlada, imagina em outras regiões mais pobres do Brasil. A população pobre está sendo deixada à deriva e, mesmo o país não tendo atingido o pico da pandemia, ela já está passando fome.
A situação no Brasil já é crítica e está se encaminhando para uma catástrofe absoluta. Os governadores procuram dissimular que estão fazendo alguma coisa, mas está claro que a estrutura para atender o povo é escassa e de péssima qualidade, além da falta de testes, profissionais da saúde e Equipamentos de Proteção Individual (EPI).
Essa situação é resultado da política neoliberal que vem destruindo com todo e qualquer programa público, incluindo a saúde, no Brasil é no mundo. É a política dos capitalistas, da direita em aliança com a burguesia que é a causa tanto da pandemia quanto do assassinato da classe trabalhadora no mundo inteiro.