Em meio à pandemia, o jornal Estadão, em matéria, relata que a TV Cultura está para estrear no dia 13 uma série inédita, intitulada “Modernistas”, dirigida pelo cineasta Ricardo Elias, que vai ao ar às 22:45 h.
A produção deverá mostrar a trajetória dos principais artistas modernistas como Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Brecheret.
A semana de arte moderna ocorreu de 13 a 18 de fevereiro de 1922, por artistas que representavam a vanguarda européia pela renovação geral da arte ocidental. O evento ocorre particularmente entre Rio de Janeiro e São Paulo. Envolveu escritores, pintores, escultores, músicos, intelectuais.
Em especial no ano de 19l7, a exposição de arte moderna de Anita Malfatti é considerada a precursora do modernismo no Brasil. Essa exposição contou com a crítica conservadora e também de Monteiro Lobato que escreveu a crítica “Paranóia ou mistificação?
Ao mesmo tempo impressionou positivamente a Mário e Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia e Di Cavalcanti. Que possivelmente tenham sido influenciados pela nova arte.
Até então a arte que figurava no Brasil, era influenciada pelo Parnasianismo, também importado da europa, dentre outros estilos. Ele tinha como característica estética o rigor formal e elevada erudição, exemplo disso é o Hino Nacional Brasileiro.
A Revolução Industrial traz a luz elétrica, automóveis, fábricas, modificando o modo de viver e as relações humanas. A 1ª guerra mundial trouxe destruição e morte em larga escala e tudo isso influenciou o olhar do artista para a sociedade.
O início do século XX trouxe muitas modificações sociais e o Brasil também sofreu o impacto dessas mudanças. 1922 foi o ano do centenário da Independência, tivemos o início da industrialização, tudo isso contribuiu para a renovação intelectual e artística.
Outros movimentos como o Cubismo e o Expressionismo não tiveram a mesma influência. Não se formaram escolas deste estilo por aqui. E assim o modernismo figurou como rompimento com modelos academicistas que vigoravam então.
As apresentações que causaram maior polêmica foram: o discurso de Mário de Andrade, cujo texto se tornaria a obra A escrava, que não é Isaura. O discurso sobre a nova estética por Paulo Menotti del Picchia, e em meio às gritarias generalizadas foi lido o poema de Manuel Bandeira, O Sapo, que ridicularizava os parnasianistas.
Além das exposições, as obras eram lidas e intercaladas por danças e peças musicais de Villa Lobos, Guiomar Novais, Ernâni Braga, etc. Principais artistas: – escultura: Wilhelm Haarberg, Victor Brecheret, Hildegardo Leão Velloso, pintura: Anita Malfatti, Antonio Paim Vieira, Emiliano Di Cavalcanti, Ferrignac, Vicente do Rego Monteiro, Yan de Almeida Prado, John Graz e Zina Aita, arquitetos: Antonio Moya, Georg Przyrembel.
Podemos ver como as mudanças na sociedade afetam o dia a dia das pessoas. Ao criar novas coisas como utensílios, meios de transporte, tipo de moradia, etc. as pessoas precisam se acostumar a usá-los, mudando a forma como vivem. Como disse K. Marx, “…o homem muda a natureza para melhorar sua vida, e ao mesmo tempo precisa agora se acostumar à realidade transformada.”