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Greve contra a privatização

O trabalhador dos Correios não apoiou o golpe

Mobilização contra a privatização deve ser apoiada incondicionalmente

A greve dos Correios começou na noite de segunda-feira, dia 17, contra a privatização e um ataque brutal que a direção da empresa está preparando contra os trabalhadores. No que seguramente é o maior ataque contra a categoria em toda a sua história, a direção da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), por meio do presidente golpista general Floriano Peixoto, quer extinguir ou modificar 70 das 79 cláusulas do Acordo Coletivo da categoria.

Tais mudanças devem signficar, numa conta modesta, uma perda de mais de 4 mil reais no bolso do trabalhador anualmente, sem contar o corte de direitos como a licença maternidade e outros. Esses ataque são uma preparação para a privatização, os capitalistas que vão colocar suas mãos na empresa não querem gastar nem um centavo a mais com os trabalhadores, isso o que Floriano Peixoto e a imprensa golpista chamam de “privilégios”.

Diante de tamanho ataque contra todo o povo brasileiro, aparece um fenômeno interessante principalmente nas redes sociais. Sob a alegação de que os trabalhadores dos Correios teriam apoiado o golpe de Estado e votado em Bolsonaro, alguns esquerdistas atacam a greve dos trabalhadores, por mais que atacar uma greve de uma categoria operária como os Correios seja uma política mais bolsonarista que esquerdista.

“Eu acho é pouco, gritaram fora Dilma, fica com mito (sic)”

“Tem mais é que se fuderem (sic)… vão pra rua fazer arminhas agora”

“Não tenho culpa se apertaram o 17 agora aguenta uai”

“Sinceramente não tenho pena, muitos votaram no Bolsonaro então agora aguenta”

“Tocaram fogo na bandeira do PT e fizeram arminha. Agora infelizmente colhem as consequências de suas escolhas
Bem feito pra eles, mandam eles chamar o capetão kkk”
Queima bandeira do PT e faz armainha… foram eles mesmos que se colocaram nessa situação… cambada de tapado!!!
“Eu não vou esquecer que os Correios sacanearam Dilma e Queimaram a bandeira do PT. Portanto procurem socorro naqueles que vocês escolheram.”
“Agora faz arminha, grita mito e pede o neoliberalismo que as coisas irão mudar para vcs classe trabalhadora alienada.”
As frases acima foram retiradas das redes sociais e representam apenas uma amostra de uma série de comentários nas postagens sobre a greve. Fica muito claro pelo teor das mensagens que vêm de uma classe média bastante hostil aos trabalhadores. Uma classe média que, embora pense ser de esquerda, tem uma mentalidade bastante típica da classe média bolsonarista e se acha superior à classe operária.
É a mesma classe média, inclusive, que ficou repetindo a campanha da direita do “fique em casa” ignorando que os trabalhadores – como é o caso dos trabalhadores dos Correios – eram obrigados a sair para a rua todos os dias durante a pandemia.
A ideia de que a categoria dos Correios teria apoiado o golpe e votdo em Bolsonaro é tão errada quanto a ideia de que Bolsonaro foi eleito pelo apoio popular e não pela fraude eleitoral que prendeu Lula e estabeleceu uma série de manobras para manipular a eleição. A classe média pensa que os trabalhadores dos Correios apoiam Bolsonaro porque acreditam no vê na imprensa golpista.
Durante o golpe de Estado, a imprensa golpista procurava passar a ideia de que o golpe tinha apoio popular. Para isso, mostrava alguns elementos das chefias dos Correios defendendo o impeachment de Dilma Rousseff apresentando aquilo como se fosse toda a categoria dos Correios.
A classe média, que se acha tão superior ao “trabalhador alienado” cai facilmente na manipulação da imprensa golpista.
É interessante também notar a diferença de tratamento dado pela esquerda de classe média aos trabalhadores e para golpistas arrependidos, ao estilo de Felipe Neto ou mesmo de órgãos como a Folha de S. Paulo.
Sobre a foto da bandeira do PT sendo queimada, é preciso esclarecer uma coisa. A foto tem sido usada totalmente fora de contexto. Podemos até considerar que queimar a bandeira do PT seja errado, mas o episódio em questão não tem absolutamente nenhuma relação com as movimentações golpistas que resultaram na derrubada de Dilma Rousseff. A foto é de 2011, quando uma campanha salarial dos trabalhadores foi duramente atacada pelo governo federal e o TST (Tribunal Superior do Trabalho).
Certos ou errados em sua ação, aquela foto representava uma revolta legítima dos trabalhadores dos Correios após um ataque duríssimo que a direção dos Correios – na época controlada pelo governo do PT – havia colocado em prática contra a categoria. Naquele momento, pressionado pela direita, o PT foi cúmplice no governo federal de um série de ataques contra os trabalhadores, inclusive que abriram o caminho para a privatização de agora.
Sem dúvida, essa política durante o governo do PT não poderia deixar de causar uma confusão no interior da categoria, o que é muito diferente de dizer que os trabalhadores apoiaram o golpe ou que votaram em Bolsonaro.
Por fim, mesmo se fosse verdadeira a afirmação absurda de que os trabalhadores apoiaram o golpe, cabe à esquerda apoiar incondicionalmente a greve contra a privatização e defender os interesses dos trabalhadores.

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