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Enfraquecer para privatizar

O sucateamento dos clubes para entregá-los aos capitalistas

Situação dos clubes brasileiros é economicamente difícil e as políticas em vigor buscam se beneficiar disto no intuito de facilitar privatizações no futebol

Um levantamento da consultoria Sports Value com dados de 2019, ou seja, de antes da pandemia (cuja paralização dos campeonatos e fechamento dos estádios ampliou em muito as dívidas dos clubes), mostrou que a dívida dos clubes brasileiros representa na média 39,8% de seu valor de mercado. Somados, os times devem R$ 10 bilhões –são R$ 3 bilhões apenas em impostos devidos ao governo federal.

Em cima de todas essas dívidas está o interesse de grandes capitalistas, que vendo a grande maioria dos clubes falidos com suas dívidas astronômicas, ataca com o intuito de tentar privatizar os grandes clubes, como ocorre com o Botafogo do RJ, onde a tentativa da transformação do clube em clube empresa está em marcha. Os capitalistas privatizadores apresentam a panaceia de que a sua administração, sob o nome de suas empresas transformariam a questão econômica, com a venda de anúncios, marketing, etc. No entanto, como qualquer “bom” capitalista a partir do momento em que os ganhos começarem a regredir, estes retiram imediatamente suas verbas dos clubes e largão o clube na total insolvência, sem volta.

O time que lidera a lista de devedores é o Corinthians, que além do anunciado pela Sports Value, não constam as dívidas com a Caixa Econômica Federal pelo financiamento da Neo Química Arena. A venda dos naming rights vai ajudar o clube a abater essa dívida. Naming Rights ou Direito de Nome em português, se trata da prática entre empresas que compram ou alugam o nome de algum estabelecimento, como fez o Corinthians ao batizar o Itaquerão como Neo Química Arena..

O segundo clube mais endividado do Brasil é o Cruzeiro, que tem a pior relação dívida x valor de mercado. A dívida da Raposa é de R$ 538 milhões, enquanto a consultoria Sports Value avalia que o time vale R$ 837 milhões –contando valor de marca, ativos, jogadores e direitos esportivos.

Veja a relação abaixo com os 30 maiores devedores:

1° Corinthians 553 milhões de reais

2º Cruzeiro    538 milhões de reais

3º Botafogo    514 milhões de reais

4º Palmeiras   451 milhões de reais

5º São Paulo   448 milhões de reais

6º Atlético-MG 405 milhões de reais

7º Fluminense  402 milhões de reais

8º Vasco da Gama 364 milhões de reais

9º Grêmio       324 milhões de reais

10º Internacional 318 milhões de reais

11º Santos      282 milhões de reais

12º Athletico-PR 273 milhões de reais

13º Guarani     265 milhões de reais

14º Flamengo    229 milhões de reais

15º Coritiba    199 milhões de reais

16º Ponte Preta 187 milhões de reais

17º Sport       160 milhões de reais

18º Santa Cruz  147 milhões de reais

19º Náutico     140 milhões de reais

20º RedBull Bragantino 127 milhões de reais

21º Bahia       117 milhões de reais

22º Vitória     91 milhões de reais

23º Figueirense 90 milhões de reais

24º Chapecoense 88 milhões de reais

25º Avaí        61 milhões de reais

26º América-MG  46 milhões de reais

27º Goiás       27 milhões de reais

28º Atlético-GO 17 milhões de reais

29º Fortaleza   17 milhões de reais

30º Ceará        7 milhões de reais

Jair Bolsonaro piorou ainda mais a situação dos clubes de futebol do país ao vetar trecho de um projeto de lei aprovado no final de 2020 pelo Congresso que suspendia o pagamento das dívidas dos clubes de futebol que aderiram ao Profut( Programa de Modernização da Gestão e de responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro, aprovado em 2015 e que parcelava as dívidas dos clubes com a União) durante todo o período de pandemia.

O objetivo era que o montante que seria destinado ao pagamento das parcelas suspensas fossem usadas para pagar salários de empregados que recebam até 12,2 mil reais.

Há muita reclamação dos Cartolas, dos dirigentes dos clubes que denunciam que as parcelas de R$ 47 mil a R$ 1 milhão de reais entre os clubes da série A do futebol brasileiro, tem esmagado suas finanças.

O texto aprovado pelos congressistas, e cortado por Jair Bolsonaro, determinavam que durante o período da pandemia e seis meses após o fim dela, os clubes não teriam a cobrança do acréscimo de mora pelo não recolhimento do FGTS e das contribuições previdenciárias.

O veto de Jair Bolsonaro pode ser derrubado pelos deputados federais em sessão da Câmara.

Toda a situação apresentada acima demonstra que há uma política deliberada de deixar os clubes serem sucateados, enfraquecidos para justificar o clube-empresa, ou seja, uma espécie de privatização do futebol e dos clubes e entregar para os capitalistas que querem parasitar esses clubes.

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