Marcadas para acontecer nos próximos meses, as eleições palestinas estão permeadas por uma intensa campanha de ataques, intimidações e ameaças, por parte do Estado de Israel, aos ativistas palestinos que há décadas lutam para por fim à ocupação e à política de terror contra a população, imposta pelos sionistas assassinos nos territórios ocupados. As eleições serão realizadas em etapas diferentes. As legislativas ocorrerão no dia 22 de maio, e as presidenciais em 31 de julho. Além disso, outra votação será realizada em 31 de agosto para o Conselho Nacional Palestino, um órgão da Organização de Libertação da Palestina (OLP), que inclui expatriados.
A eleição prevê a participação de moradores da Cisjordânia, da Faixa de Gaza — sob controle de fato do movimento Hamas — e Jerusalém Oriental, ocupada e anexada por Israel. O pacto para a realização do pleito foi selado entre as duas maiores forças políticas palestinas, os grupos Fatah e Hamas, que chegaram a um acordo no início de janeiro, permitindo a convocação das eleições.
Superados os obstáculos internos, os palestinos passam a enfrentar agora o inimigo maior, mais poderoso e letal da região: O Estado de Israel e seu Exército criminoso, a força militar que garante a ocupação e as atrocidades que os sionistas há décadas perpetram contra os direitos da população, habitantes de uma das áreas mais densamente povoadas do planeta, os territórios ocupados (Gaza, Cisjordânia, Ramallah, etc.), onde vivem, amontoados, mais de 4 milhões de pessoas.
Com a aproximação das eleições e a movimentação dos grupos que irão disputar o pleito – sobretudo as duas maiores forças políticas (Fatah e Hamas) – Israel deu início a uma intensa perseguição aos militantes lutadores da causa palestina. Desde janeiro, quando se chegou a um acordo para a realização do pleito, intensificaram-se as prisões ilegais contra os dirigentes das organizações, em especial do Hamas, a quem Israel atribui o perigo maior de novamente sair vitorioso nas eleições, a exemplo do que aconteceu em 2005/06, quando ocorreram as últimas eleições na Palestina.
São diversas as denúncias de violações cometidas pelo exército de ocupação contra líderes e ativistas. “Nayef Rajoub, parlamentar do Hamas, relatou que Israel aprisiona cada vez mais membros do movimento palestino e os mantém indeterminadamente sob ‘detenção administrativa’, isto é, sem sequer julgamento ou acusação”. (Monitor do Oriente Médio, 03/3).
Em um comunicado no início deste mês, as lideranças do Hamas se dirigem às autoridades internacionais alertando que se mantenham vigilantes diante da ação ilegal israelense na Palestina, especialmente contra as lideranças que disputarão as eleições. O comunicado prossegue assinalando que “manteremos esforços para reorganizar o lar nacional palestino com base no fim das divisões e em um programa nacional e abrangente para enfrentar a ocupação israelense e suas atividades coloniais”, prosseguiu o grupo palestino“. O Hamas ainda fez um “apelo a parlamentos e cidadãos livres do mundo para que imponham sanções contra a ocupação ilegal israelense, que hostiliza a democracia palestina há anos”. A nota conclui dizendo que “as campanhas de detenção são parte de uma política adotada pela ocupação israelense desde 2006, para sabotar o sistema político palestino e excluir qualquer partido influente na Palestina de qualquer legitimidade obtida via voto popular” (Monitor do Oriente Médio, 03/3).
A luta do povo palestino pela sua independência e autodeterminação é parte indissociável da luta de todos os povos oprimidos contra o inimigo maior da humanidade, o imperialismo mundial e seus aliados Nesta perspectiva, a defesa da causa palestina e o direito da sua população à constituição de um Estado livre e soberano deve figurar como compromisso inarredável de todos os democratas progressistas, revolucionários e socialistas ao redor do mundo.