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Fracasso do imperialismo

O salário mínimo vital expõe a falência do capitalismo

Por isso, contra a tentativa de amenizar a desgraça capitalista é preciso opor a reivindicação de salário mínimo vital

O auxílio emergencial mostrou a necessidade de intervenção estatal para enfrentar a crise da economia no País e amenizar os ânimos de uma iminente convulsão social. Pode-se imaginar o que teria ocorrido se as dezenas de milhões de desempregados fariam ao ficarem desamparados pela falta de renda e de auxílio estatal. Talvez os sistemáticos saques aos supermercados, ocorridos na Itália, parecerem apenas brincadeira diante do levante no Brasil, um país atrasado, logo, com uma situação ainda mais explosiva.

Se o auxílio emergencial de 600,00 foi uma válvula de escape para a burguesia e os golpistas amenizarem a luta de classes no país e o movimento da luta pela derrubada do governo Bolsonaro. Também acabou por apontar que a distribuição de renda, ainda que muito minoritária, como o insuficiente valor do auxílio, tem um impacto na economia que mostra como seria distribuir verdadeiramente as riquezas do País entre aqueles que a produzem: os trabalhadores.

Em matéria do jornal burguês Gazeta do Povo mostra o impacto que o auxílio emergencial teve na economia:

“…graças aos benefícios, a massa ampliada de rendimento da população chegou a crescer no segundo trimestre na comparação com o mesmo período do ano anterior. Essa tendência deve se repetir no terceiro trimestre, pela manutenção do benefício.”

(Luana Miranda, do Ibre, para a Gazeta do Povo)

Na matéria, Miranda explica que sobretudo no segundo trimestre, houve uma resposta positiva de alguns setores, como o consumo de bens “impactado diretamente pelo aumento da renda do brasileiro”. Ela cita que o consumo é responsável por, 65% do PIB em média.

É desta forma que irei destacar um aspecto importante da tese do PCO sobre o movimento sindical. Uma reivindicação que revela de forma ainda mais acabada a falência do capitalismo: o salário mínimo vital, que hoje deveria ser em torno de 5 mil reais.

Se o auxílio emergencial de 600,00 serviu para amenizar a falência da economia brasileira sob a política dos golpistas, o que ocorreria se o governo fosse obrigado a pagar um salário mínimo de 5 mil reais?

Como outras pesquisas mostraram, a maioria dos milhões de brasileiros que receberam o auxílio, gastaram em alimentação e itens de primeira necessidade. Portanto, se tivessem recebido, ao invés de 600,00, 5.000,00, teriam também movimentado outros setores do comércio e da indústria.

Logo, todo o comércio e a indústria teriam mais consumidores, com maior poder de compra e aumentariam exponencialmente a demanda por atuais e novas mercadorias.

Do ponto de vista do desenvolvimento capitalista, seria o cenário que os liberais de séculos atrás enxergavam como virtude da economia capitalista. Consumo, concorrência…

No entanto, essas virtudes do capitalismo não passam de resquícios antigos da história e propaganda ideológica da direita. Como a tese do partido sobre os sindicatos explica:

“Do ponto de vista da disciplina econômica imposta pela burguesia e pelo Estado capitalista, a economia política do regime burguês para a classe operária apoia-se sobre quatro pilares:

1) congelamento salarial, onde apenas se repõe abaixíssima inflação e, nas categorias mais organizadas e commaior poder de reação, abonos e a fraudulenta Participação nosLucros e Resultados (PLR), cujo objetivo é evitar ocrescimento real da folha de pagamento e dos custos daempresas, que obtêm desta forma um enorme lucro excedente àscustas dos salários, das rescisões contratuais, da previdênciae do FGTS;

2) a intensificação como nunca antes darotatividade no emprego e das demissões em massa, garantidanas categorias mais organizadas através dos criminosos Planosde Demissão Voluntária, dando aos grandes capitalistas e aos capitalistas em geral um enorme controle da mão-de-obra em períodos de crise como este;

3) a quebra gradual das conquistas históricas da classe operária, conhecida como“flexibilização trabalhista” e que se materializa na política de “reforma trabalhista”, barateando ainda mais a força de trabalho e aumentando os lucros, tais como os contratos temporários, terceirização, banco de horas etc.;

4) a lei antigreve, que limita, com a ajuda da burocracia, a reação operária. É este regime econômico para a classe operária, comuma versão “democrática” desta política para os setores mais concentrados da classe operária, que permite manter a massa de quase 15 milhões de desempregados, o achatamento salarial, a insegurança no trabalho e a diminuição crescente da qualidade de vida da classe operária. Sem isso, não seria possível manter a estabilidade da moeda, a estabilidade do orçamento público federal, dos estados e municípios, o superávit primário, o endividamento estatal e a carga impositiva de quase 40%, que são os pilares da política econômica do governo. Esta situação, estabelecida no governo de FHC, mudou muito pouco nos três governos do PT.”

Logo, com o valor do salário mínimo atual (R$1045,00) o trabalhador passa fome e tem que arranjar outras formas de renda para sobreviver, num nível de superexploração do trabalho, para manter um regime que cai aos pedaços, como vimos nas crises de 2008 e de 2020.

Tendo isto em conta, também é importante lembrar o que disse maior líder que a classe operária mundial produziu:

“(…) quanto mais o trabalhador produz, menos tem para consumir; (…) quanto mais valores cria, mais sem-valor e indigno ele se torna; quanto mais bem formado o seu produto, tanto mais deformado ele fica; quanto mais civilizado seu objeto, mais bárbaro o trabalhador; (…) quanto mais poderoso o trabalho, mais impotente o trabalhador se torna; quanto mais rico de espírito o trabalho, mais pobre de espírito e servo da natureza se torna o trabalhador”

(MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos)

Voltando ao salário mínimo vital, tendo essas citações me conta, ele se explica claramente do ponto de vista da economia, no entanto, ele é inviável por uma questão política. Uma vez que ao conquistar um nível de distribuição de renda como esse, os trabalhadores teriam clareza do próximo passo a ser implementado, tomar os meios de produção e avançar para uma derrota definitiva da burguesia. Por isso, contra a tentativa de amenizar a desgraça capitalista é preciso opor a reivindicação de salário mínimo vital.

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