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O risco de intervenção militar

Frente ao risco da explosão popular, a extrema direita oferece o risco da intervenção militar. É urgente que a esquerda de conjunto se reúna, discuta a situação e tome as medidas adequadas para enfrentar os desafios colocados pela luta de classes. 

Na última semana foi possível constatar a emergência de uma série de episódios que, analisados de conjunto, expressam a organização de uma nova ofensiva da direita e da extrema direita no País. 

Em conversa com apoiadores na sexta-feira (19), o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro declarou que a possibilidade de decretar o estado de sítio é real: “eu gostaria que não chegasse o momento [de decretar o Estado de sítio], mas vai acabar chegando”. O ex-capitão mencionou que “o caos vem aí” e perguntou: “será que o governo federal vai ter que tomar uma decisão antes que isso aconteça?”  

A semana que passou também registrou a decisão da Justiça Federal que autorizou o governo Bolsonaro e o Exército a realizarem comemorações alusivas ao golpe militar de 1964. As forças da direita e extrema direita já se movimentam para celebrar o ato fascista e pró-imperialista que derrubou um governo nacionalista democraticamente eleito e instaurou um regime de arbítrio e morte que durou 21 anos.

Por fim, mas não menos importante, as famigeradas operações militares de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) voltaram com força à cena nacional. Na segunda-feira (15), militares do Exército assentados na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) começaram uma série de treinamento nas ruas de cidades do interior do Rio de Janeiro, como Quatis, Porto Real e Resende. Os exercícios envolveram cerca de 225 soldados do exército, viaturas de grande porte e o suporte das polícias civis e militares da região.  

Essas operações, como é sabido, consistem na prática numa espécie de treinamento para as forças militares, tendo em vista situações de revolta ou rebelião popular.

Qual o objetivo de toda essa movimentação da direita? O que explica tudo isso? 

De um lado, temos a situação dramática e, a cada dia que passa, mais insustentável da população. No momento atual, as massas populares encontram-se espremidas entre a ameaça de morrer pelo coronavírus e a ameaça de morrer de fome. O colapso do sistema de saúde é complementado pela piora drástica das condições econômicas e sociais do povo. A inoperância, inércia e desorientação dos governos burgueses, seja na esfera federal, estadual ou municipal, preenchem o quadro da catástrofe nacional que presenciamos cotidianamente. 

O risco de uma explosão social salta aos olhos. As radicais mobilizações populares no Paraguai manifestam claramente essa tendência. Ali, amplas massas da população saíram às ruas e pediram a cabeça do presidente Mario Abdo Benítez, em reação à grave crise social e sanitária que não encontrou do governo direitista nenhuma resposta ou solução. A radicalização das massas atingiu um novo patamar após a Câmara dos Deputados do país rejeitar o impeachment do mandatário. A ira popular escalou e, já que os parlamentares se colocaram contra a vontade da maioria, a própria população tratou de encaminhar com as próprias mãos a questão: incendiou a sede do Partido Colorado, tradicional partido da direita paraguaia e ao qual o presidente atual é ligado.

Não há diferenças substanciais entre a situação paraguaia e a brasileira. Tanto lá como cá, o regime político se encontra totalmente paralisado e sem rumo para enfrentar a crise social e pandêmica.

À luz desse cenário, é evidente que o governo Bolsonaro, as Forças Armadas e alguns setores da burguesia já possuem plena consciência de que perderam o controle da situação no País. As medidas farsescas e arbitrárias exemplificadas nos “lockdows” e toques de recolher adotados em diversas partes do País só serviram para aumentar o desespero e o descontentamento sociais e não trouxeram nenhum resultado efetivo e duradouro no controle da pandemia. A explosão social já está à vista, e seus primeiros sinais já ganham a luz do dia.

É por isso que os elementos mais ativos do tabuleiro político já se preparam para agir. A extrema direita, como vimos nos episódios mais recentes, não perde tempo e começa a adotar as medidas preparatórias para uma iniciativa mais decisiva. Com as operações de GLO, a extrema direita já começa a preparar e treinar seus efetivos militares. Com as comemorações do golpe militar de 1964, ela prepara o clima e o espírito de suas bases para a ação. Frente ao risco da explosão popular, a extrema direita oferece o risco da intervenção militar.

E se o risco da intervenção militar se tornar realidade, estaremos diante da consolidação de uma ditadura escancarada, da violação aberta e sem peias dos direitos democráticos da população, da repressão numa e crua contra as organizações operárias e populares, e assim por diante.

O conjunto das organizações da esquerda, entretanto, não segue o exemplo da extrema direita. Diante do risco da rebelião do povo, a extrema direita se organiza, elabora um plano, treina seus efetivos e prepara o ânimo de seus integrantes. A esquerda, por sua vez, não abandona suas fantasias políticas. Trancafiadas dentro de suas casas ou sedes, imóveis perante o genocídio da população a cargo da direita, as principais organizações e partidos de esquerda, se a revolta estourasse hoje, não teriam a menor condição de cumprir a função para a qual existem ou deveriam existir: a de servir como direção e guia das grandes massas.  

A situação política atual caminha para um sentido claro e cristalino: vendo os riscos de uma explosão social, a extrema direita se arma e se prepara para pôr um fim nas tendências de luta e mobilização da população. Nesse sentido, o risco de uma ditadura aberta cresce a cada dia. Trata-se do desdobramento lógico da situação política: o regime político brasileiro, desde o golpe de 2016, evolui no sentido de uma ditadura. 

É urgente que a esquerda de conjunto se reúna, discuta a situação e tome as medidas adequadas para enfrentar os desafios colocados pela luta de classes. 

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