O primeiro trimestre de 2020 encerrou-se com a taxa de desocupação de 12,2%, um aumento de 1,3 ponto percentual em relação ao último trimestre de 2019, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE. No total, o Brasil tem 12,9 milhões de desempregados.
Houve, também, a queda de 2,5% no contingente da população ocupada, significando um acréscimo de cerca de 2,3 milhões de pessoas sem fonte de renda no começo de 2020 (desses, 1,9 milhão são trabalhadores informais). Além disso, houve o maior recuo da população ocupada desde o início dessa série histórica, iniciada em janeiro de 2012.
Todas a atividades econômicas tiveram aumento de desemprego: indústria (2,6%), construção (6,5%), comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (3,5%), alojamento e alimentação (5,4%), outros serviços (4,1%) e serviços domésticos (5,9%).
Somando-se as pessoas fora da força de trabalho e as que deixaram de procurar emprego, há 72,1 milhões de brasileiras e brasileiros que estão em situação de fragilidade financeira. Assim, novos recordes de precarização das condições de vida dos trabalhadores são atingidos, graças às medidas implementadas desde a Reforma Trabalhista do governo Temer e agravadas pelo ultraliberalismo econômico da dupla “BolsoGuedes”.
Para piorar a situação, de acordo com a analista do IBGE Adriana Beringuy, todo esse panorama negativo ao trabalhador ainda não reflete os impactos da pandemia da Covid-19, pois grande parte do primeiro trimestre está fora do início da intensificação do isolamento social.
Acrescenta-se, ainda, os dados mais recentes sobre a Síntese dos Indicadores Sociais do IBGE, tendo-se 2018 como o ano de referência. Nesse documento foi registrado que a extrema pobreza já havia chegado ao maior nível nos últimos sete anos, com 13,5 milhões de pessoas vivendo com renda per capta mensal inferior a R$145,00. Além disso, um quarto da população brasileira, isto é, 52,5 milhões de pessoas viviam com menos de R$420,00 por mês.
De acordo com esse mesmo estudo, a pobreza atinge principalmente a população preta ou parda, que representa 72,7% dos pobres, ou 38,1 milhões de pessoas.
Nessas circunstâncias, o adoecimento massivo da população a partir da Covid-19, aliada à continuidade das políticas de precarização das condições de trabalho, indicam a permanência e o agravamento das dificuldades socioeconômicas para grande parte da população brasileira.
Com o intuito de enfrentar esse conjunto de adversidades, o povo precisa se organizar a nível local para suprir as demandas emergenciais e cobrar a derrubada desse governo anti-povo que está à frente do país.