O vazamento parcial da conduta criminosa dos “operadores” da Lava Lato trouxe mais “lenha” para a aguda crise do governo e do conjunto do regime político golpista, atingindo não apenas um dos seus “ícones” mas todo o governo e um dos seus supostos fundamentos, o de que seria um governo legitimado por eleições democráticas.
As provas apenas confirmam o que já era evidente: a conduta persecutória, arbitrária e partidária da Justiça e do ídolo dos golpistas que foi premiado com o cargo de ministro por ter comandado o processo de condenação fraudulenta, prisão ilegal e verdadeira tortura contra o ex-presidente Lula e sua família, inclusive, articulando contra sua participação na campanha até mesmo como apoiador da campanha do candidato substituto de seu partido.
O episódio abala ainda mais o já combalido governo ilegítimo de Bolsonaro, diante do avanço da crise capitalista, da sua impotência em detê-la, ainda que minimamente, e das diante das enormes contradições no interior burguesia que a crise traz e da crescente pressão popular contra o governo e seus ataques contra a população.
Para a burguesia, a “saída” é conter a crise, manter o ataque contra os trabalhadores, fazer com que estes arquem ainda mais com o ônus da crise, com mais empregos perdidos, com mais fome, mais miséria e com a perda de suas aposentadorias, que eles querem roubar com sua “reforma”. Para eles, a “saída” é que o povo aguente e espere pelas eleições de 2020, 2022 etc., que Lula mofe na cadeia, que os sindicatos e demais organizações dos trabalhadores desapareçam etc.
Diante dessa situação, a tarefa das organizações de luta dos trabalhadores, da juventude e de todos os setores explorados é intensificar a mobilização, procurar direcioná-la no sentido de dar uma saída, do ponto de vista dos seus interesses, para a crise atual: a derrubada do atual regime golpista, colocando para fora Bolsonaro e todos os golpistas, derrotando todas as “reformas” dos golpistas, libertando Lula – o que reforçaria ainda mais a luta dos trabalhadores -, conquistando novas eleições, com Lula candidato.
Na reta final da mobilização para o 14 de junho, dia nacional de paralisação, de “greve geral”, que pode alavancar a mobilização em curso, colocando em cena a força poderosa da classe operária colocada em movimento, é preciso intensificar as assembleias, plenárias, as panfletagens, colagens e todo tipo de atividade de agitação e organização da mobilização, não esperar que nenhuma saída real, que sirva aos interesses dos trabalhadores, venha das mãos das instituições do regime golpista, dos acordos com os golpistas, da capitulação diante do governo…. só virá pela ação, pela mobilização revolucionária das massas, nas ruas, com sua própria politica, com suas próprias reivindicações.
O regime deles está abalado, estremecido etc. mas para cair e dar passagem a uma saída verdadeiramente democrática, que interesse a maioria da população, precisa ser derrubado pela mobilização operária e popular.