Em abril de 2018, o maior líder popular do País, o ex-presidente Lula, foi preso em um conluio envolvendo o Supremo Tribunal Federal (STF), as Forças Armadas e a imprensa capitalista. Meses depois, Lula teve seus direitos políticos cassados e foi eliminado das eleições presidenciais. Embora a prisão de Lula seja uma vitória parcial da burguesia, a operação demonstrou que os golpistas temem a reação popular à política neoliberal e, justamente por isso, está organizando uma ofensiva contra a esquerda.
O golpe contra a presidenta eleita Dilma Rousseff, a prisão de Lula, a reforma da Previdência e os demais ataques aos trabalhadores não provam que os trabalhadores estão derrotados – isto é, de que a direita teria conseguido destruir qualquer possibilidade de um levante da população contra o regime político. Nada poderia ser mais falso.
A luta dos trabalhadores está em um movimento crescente. A derrubada de Dilma Rousseff, que marcou o golpe de Estado de 2016, não significou o fim da luta popular – marcou, na verdade, sua retomada. Foi a luta contra o impeachment que engatilhou a luta contra a direita – luta essa que cresce a cada dia. Foi a luta contra a direita que destruiu os partidos burgueses, como o MDB e o PSDB, obrigando a burguesia a escolher Bolsonaro como seu representante.
Bolsonaro, político ligado a setores médios da burguesia, foi colocado no poder para que a direita conseguisse dar continuidade ao seu programa de pilhagem da América Latina. No entanto, o governo está se mostrando um fracasso: a revolta popular contra a direita é cada vez maior e a política econômica de Bolsonaro, um desastre. A “eleição” de Bolsonaro, portanto, não resolveu a crise provocada pelo golpe – pelo contrário, a crise do regime político é ainda mais profunda e abre um espaço para a intervenção das massas na situação política.
O que está em jogo no momento é mobilizar os trabalhadores para derrubar o semi-liquidado governo Bolsonaro ou permitir que este dure até 2022, o que poderá levar a burguesia a se organizar e estabelecer um governo forte para atacar os trabalhadores. Por isso, é preciso organizar um amplo movimento pela derrubada imediata do governo Bolsonaro e por eleições gerais, colocando o regime político contra a parede. Fora Bolsonaro e todos os golpistas!