Na próxima quinta-feira (12) a população do Reino Unido vai às urnas para decidir seu futuro. A eleição gira em torno, principalmente, do tema do brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia. O brexit foi votado em um referendo em 2016, tendo 52% da população votando a saída do país de dentro da União Europeia.
O brexit é um tema popular, tendo a classe trabalhadora como a principal interessada. A aproximação do Reino Unido com a União Europeia é uma aproximação entre os principais países imperialistas europeus, sendo a sua dissolução benéfica para toda a classe trabalhadora mundial. Por outro lado, a própria União Europeia submete a classe trabalhadora inglesa aos interesses dos grandes bancos europeus, o que tem sufocado a população.
Nessas eleições, quem aparecer como defensor do brexit aparecerá como o defensor do povo, quem se opor ao tema será visto como seu inimigo. De uma forma ou de outra, o tema gera uma crise entre as forças imperialistas que se veem divididas, perdendo assim o seu poder de controle.
As duas figuras principais dessas eleições representam as alas extremas de seus partidos, sendo Boris Johnson o representante da ala extrema direita do tradicional Partido Conservador e Jeremy Corbyn a ala mais à esquerda do Partido Trabalhista. Essa ala esquerda, inclusive, é a representante dos sindicatos no Partido Trabalhista, o que em si já demonstra o caráter esquerdista de Corbyn.
A tática de Boris Jhonson é apostar em realizar o brexit a qualquer custo, enquanto Corbyn aposta em realizar um outro acordo para a saída do Reino Unido e o submeter a um novo referendo da população. Além do brexit, Corbyn e os trabalhistas apostam na nacionalização de empresas e no fortalecimento da saúde pública, destruída ao longo dos anos pelos conservadores, além de possuir um discurso anti-imperialista e de defesa da população palestina, o que é demonstrado como anti-semitismo pela imprensa imperialista inglesa, o que revela a preocupação de que Corbyn possa levar as eleições.