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A farsa da vacinação

O que está em jogo com a decisão de Biden sobre as vacinas

O governo norte-americano acaba de mudar de posição com relação à quebra das patentes das vacinas. Entenda de onde vem essa decisão

A crise das vacinas no cenário internacional tem se agravado a cada dia que passa. O principal fator é a política do imperialismo de reservar todas as doses de vacinas para a sua população, enquanto o povo segue morrendo de Covid-19 nos países atrasados. No entanto, uma nova posição do governo norte-americano pode parecer um fator de mudança para esse cenário. A gestão de Biden, através de uma de suas negociadoras comerciais, Katherine Tai, se colocou a favor da quebra da patente das vacinas. 

Para compreender os motivos por trás da decisão, seria necessário observar a situação da pandemia ao redor do mundo, que é muito grave. Um exemplo disso é a própria situação do Brasil. No princípio deste ano, foi feita toda uma operação de propaganda em torno da vacina Coronavac, que seria produzida pelo governo do estado de São Paulo, através do Instituto Butantã. As peças publicitárias procuravam colocar como protagonista o governador João Doria, um dos maiores genocidas do país, comandante de uma das polícias mais violentas do mundo e responsável pelo estado com o maior número de mortes pela Covid no país. No entanto, quase 5 meses depois do anúncio da primeira brasileira vacinada, ainda temos uma situação em que a grande maioria do país não tem nenhuma perspectiva de receber a imunização. Por ora, foram aplicadas cerca de 52 milhões de doses de vacina (contando a primeira e a segunda), e apenas 7,13% da população brasileira está totalmente imunizada.

O caso é semelhante à Índia, o país com o 3º pior cenário de infecção do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e do Brasil, e com apenas 2,66% de sua população vacinada com a primeira e a segunda doses. Lá, a situação é particularmente escandalosa, tendo em vista que o país é um dos maiores produtores de vacina do planeta. No entanto, quase toda a vacina que é feita ali destina-se para a exportação, já que as empresas que realizam essa produção são estrangeiras e utilizam a Índia apenas por conta de sua mão-de-obra barata e outras condições favoráveis para a quase escravização de sua população. 

O cenário é ainda pior em outros países atrasados, em que a pandemia ainda não alcançou seu auge e os casos tendem a crescer exponencialmente num futuro próximo. Isso sem falar no fato de que muitos desses países têm acesso ainda menor às vacinas do que o Brasil e a Índia.

Nos países imperialistas, no entanto, a situação é oposta. Nos EUA, por exemplo, já são mais de 230 milhões de doses aplicadas, com um total de 34% de sua população já totalmente imunizada (incluindo primeira e segunda dose). Na Inglaterra, são 25,8%. É perceptível a diferença com relação aos países pobres.

Em meio a essa situação catastrófica – em que a vacina existe, mas a maior parte do planeta não pode produzi-la – a Índia e a África do Sul haviam proposto, em 2020, a quebra das patentes das vacinas, através da OMC. A proposta foi recusada prontamente pelos EUA com apoio, inclusive, do governo brasileiro, que teria grande interesse na medida, mas age como capacho dos seus donos norte-americanos. No entanto, a mudança de posição anunciada pela gestão Biden foi também acompanhada de uma mudança de posição do Brasil, o qual também anunciou, através de seu ministro da saúde, Marcelo Queiroga, estar favorável à quebra das patentes.

O elemento decisivo para a mudança de posição de Biden foi o fato de a China ter dito que iria entregar a fórmula de suas vacinas para que os outros países pudessem produzi-las. A posição da China sabotou toda a operação criminosa que vinha sendo executada pelos monopólios farmacêuticos, principalmente a norte-americana Pfizer.

Logo depois, o New York Times sugeriu que se quebrasse temporariamente as patentes das vacinas, sendo seguido pela própria mudança de posicionamento do governo norte-americano. Trata-se de uma medida um tanto quanto óbvia: se todos os países começassem a produzir a vacina chinesa, as vacinas da Pfizer e outras empresas simplesmente deixariam de existir, causando imenso prejuízo econômico. A quebra vem no sentido de manter um certo controle da situação, para que se possa retomar os lucros das empresas imperialistas posteriormente.

É preciso compreender que há uma situação de crise internacional gigantesca, impulsionada por essa quebra de patentes. A função da esquerda e do movimento operário, neste momento, é impulsionar essa quebra num caráter imediato, a fim de que se possa produzir a vacina em todos os lugares e para que toda a população mundial seja imunizada. Apenas a mobilização da classe operária e do povo irá pôr fim ao verdadeiro apartheid que se instaurou com a questão das vacinas.

Além disso, é preciso colocar nas mãos da classe operária a produção das vacinas e a sua distribuição para a população. Pelo caso brasileiro, já dá para se ter uma noção de que não há nenhum interesse da parte do governo em gastar com uma vacinação massiva do povo. Nesse sentido, a mobilização deverá acontecer para que sejam defendidos os interesses da população que não quer mais morrer pela Covid-19.

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