O presidente ilegítimo Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro e outros ministros visitaram a CIA na manhã dessa segunda-feira (18) por motivos não declarados. Indo as escondidas, a visita não constava na agenda oficial na estadia nos EUA, na qual constavam “compromissos privados” para a segunda-feira de manhã. O encontro do fantoche brasileiro com o centro de espionagem norte-americano só chegou a conhecimento público via Twitter com o post de Eduardo Bolsonaro.
Quatro horas após a reunião, a assessoria da Presidência da República divulgou nota indicando que a visita se relacionava com o “combate ao crime organizado e ao narcotráfico”. No mesmo dia, foram assinados o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), que dá aos EUA acesso irrestrito à base de Alcântara para lançamento de foguetes e mísseis, fora a promulgação do decreto que permite turistas dos EUA, Canadá, Austrália e Japão permanecerem até 180 dias em solo nacional sem visto.
A nota do assessor de Bolsonaro na íntegra é a seguinte: “O motivo da visita está ligado à importância que o presidente confere ao combate ao crime organizado e ao narcotráfico, bem como à necessidade de fortalecer ações da área de inteligência que abrangem o Ministério da Justiça e Segurança Pública, ao Gabinete de Segurança Institucional, entre outros órgãos”, disse o Planalto.
Essa nota já indica bem as reais intenções do governo capacho de Bolsonaro com a visita a CIA. O “combate ao narcotráfico”, ou a “guerra contra as drogas”, segundo a alcunha oficial de Richard Nixon, são parte da mesma política imperialista que justificou a ocupação militar da Colômbia por parte das tropas estadunidenses em 2009 e castiga toda a América Latina, já tendo levado mais de 47 mil vidas no México, segundo o livro “Drugs, Insecurity and Failed States – The Problems of Prohibition”, escrito por Nigel Inkster, pesquisador do International Institute for Strategic Studies (IISS), de Londres e ex-diretor do Serviço Secreto Britânico.
Nesse sentido, o combate às drogas e a “insegurança” tutelado por serviços de inteligência imperialistas, na verdade, são uma senha para completar a destruição do pouco de soberania nacional que ainda existe, que é justamente a missão da marionete Bolsonaro. Se para executar o golpe de estado, a CIA precisou espionar governos, cidadãos e empresas brasileiras às escuras, com o golpe dado, ceder o espaço militar e político, além de conceder informações sigilosas aos EUA tendem a se tornar uma política de Estado. Em poucas palavras: com Bolsonaro, a CIA não precisa organizar esquemas complexos de espionagem, porque o próprio presidente do Brasil e sua equipe lhe fornecerão tudo o que pedir.
Essa política de espionagem e perseguição que deve fortalecer o Ministério da Justiça e Segurança Pública, ministrado pelo golpista Sergio Moro, indica que a proposta da visita de Bolsonaro à CIA também é a de estruturar a linha da Lava Jato, responsável por prender o ex-presidente Lula e, portanto, por perseguir a esquerda brasileira de conjunto. Dessa forma, Bolsonaro indica um aprofundamento nas relações com os EUA em meio à situação de crise geral do governo golpista no Brasil. Nessa situação, é natural que os EUA imponham saídas no sentido de aumentar o seu aparato de controle e repressão diretos a fim de garantir seus interesses no País. Isso se dá tanto pela cooptação de setores políticos, como pela ocupação direta de setores estratégicos do solo brasileiro, a base de Alcântara segundo AST e a abertura para cidadãos dos EUA e seus aliados entrarem no Brasil.
A tarefa da esquerda brasileira é aproveitar a situação de crise do governo golpista para derrubar Bolsonaro e retirar Lula da cadeia através de uma ampla mobilização popular que coloque em cheque toda a intervenção imperialista não só no Brasil, como em toda a América Latina. Por isso, todos as ruas por Fora Bolsonaro e Liberdade para Lula.