Neste 1º de Maio, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) decidiu por fazer um “ato” de primeiro de maio com as chamadas demais “centrais” sindicais brasileiras, em sua maioria representativas das meras burocracias direitistas que buscam assumir o controle do movimento operário pelo país.
O ato de primeiro de maio é um dia histórico para a classe operária mundial. Criado pela própria, este representa um dia de luta classicista e internacionalista, imposto pela luta de milhões de trabalhadores por todo globo, formando assim um dia de mobilização de todo proletariado a contra gosto da burguesia.
Logo, esta data deve ser tratada como tal. Um dia de luta, um dia de mobilização popular, um evento classista entre os povos, um momento de organizar e travar de forma aguda a luta política nacional. Contudo, foi justamente o inverso que foi realizado neste primeiro de maio.
No lugar de um dia de mobilização, um “ato” virtual foi realizado. Esta iniciativa, dada as condições de vida dos trabalhadores brasileiros, que pouco tem acesso a internet e a demais meios para viabilizar sua participação, tornou-se meramente um evento feito para entretenimento da classe média.
Além do mais, a presença de figuras da burguesia fortaleceu o caráter completamente desconexo do evento em relação à classe operária. Os convidados, por setores da direita do movimento sindical, Rodrigo Maia, Alcolumbre, Dória e Witzel foram alguns dos muitos bandidos políticos, responsáveis por inúmeros ataques ao povo do qual foram convidados a participarem.
Destaca-se em meio destes Fernando Henrique Cardoso, que enviou seu vídeo, um dos principais nomes responsáveis pelo estado de completa miséria da qual vive a população brasileira. Este é colocado como um dos maiores representantes da política de frente única entre a esquerda e a direita, em nome de uma suposta luta contra Bolsonaro e o fascismo, o que representa a esquerda colocando todos os trabalhadores em uma política a reboque do principal setor da burguesia.
Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio de Grande do Sul, carrasco dos servidores públicos e demais trabalhadores do Estado, também mandou mensagem. Dessa forma, a atividade demagógica realizada com o intuito de promover a bela “unidade” entre os mais diferentes partidos, tornou-se um escárnio contra os trabalhadores brasileiros. O que tentou-se mostrar é que a maior – e única de fato – central dos trabalhadores, a CUT, não poderia realizar o primeiro de maio sem uma aliança com esses setores reacionários.
Em oposição à essa política, a realização de um ato classista e de luta pelo Fora Bolsonaro pelo Partido da Causa Operária, Comitês de Luta e outros setores da esquerda mostrou-se um grande acerto político. A denúncia e o boicote, provocou um enfraquecimento ainda mais profundo do evento realizado em acordo com setores da burguesia. Partidos como PSTU, PSOL, PCB e algumas das suas “centrais” convidadas, bem como membros da burguesia, foram obrigados a recuar.
O ato de primeiro de maio do PCO, um verdadeiro ato, deu o recado necessário, se referenciando naquilo que conclamaram os trabalhadores chilenos: “se podemos trabalhar, podemos protestar”. Assim, um importante passo foi dado, impulsionando a mobilização dos trabalhadores, a formação dos conselhos populares e a luta, de verdade, pelo Fora Bolsonaro, que só poderá se desenvolver por meio da organização e mobilização independente dos explorados e das suas organizações contra a o governo e todos os golpistas que levaram Bolsonaro ao governo, depois de terem derrubado a presidenta Dilma por meio d num impeachment fraudulento, condenaram e prenderam o ex-presidente Lula, sem provas, e aprovaram – junto com Bolsonaro – todas as medidas de ataque ao povo trabalhador.