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Cassação do registro do PT

O PT defende a frente com a direita, a direita defende cassar o PT

O pedido de cassação do registro do PT é mais um dos ataques vis da burguesia e da direita fascista contra o livre direito de organização e a luta dos trabalhadores

A esquerda brasileira (PT, Psol, PCdoB, PSB, PDT, para citar os principais), durante todo o último período, que abrange desde o golpe de Estado de 2016 (vamos fazer este corte temporal para não ir muito longe), nunca foi capaz de compreender, de um ponto de vista do marxismo e da luta de classes, os elementos que se colocaram na conjuntura do País, particularmente com o desencadeamento da ofensiva da direita nacional contra a própria esquerda e, obviamente, contra o movimento de luta dos trabalhadores e suas organizações.

Ao não conceber esta ofensiva como um dos elementos determinantes da etapa atual de crise do capitalismo e, por consequência, da própria direita e da burguesia internacional, também não foi e não vem sendo capaz de formular uma estratégia de enfrentamento consequente contra a ofensiva e os ataques reacionários, em todos os aspectos, da burguesia retrograda imperialista, que revela ao mundo, na atual etapa, a sua profunda decadência e incapacidade em oferecer uma perspectiva progressista para a humanidade.

Em todo o mundo, mas particularmente nos países atrasados, dependentes, a esquerda não desenvolveu nenhum projeto ou programa próprio para intervir na crise de maneira independente, com uma estratégia própria, vale dizer, capaz de romper as amarras que vinculam a luta social de massas e o movimento dos trabalhadores aos setores da burguesia, da pequena burguesia, reformistas, social-democratas e outros.

No Brasil, toda a miséria da esquerda está estampada na covardia, que se configura na politica fracassada e de derrotas, de aproximação com os setores que são, em sua quase totalidade, senão a totalidade, inimigos dos trabalhadores, verdugos do povo e das massas populares, apoiadores das mais perversas e sádicas políticas contrárias aos interesses da ampla maioria da população explorada (reforma da previdência, reforma trabalhista, reforma administrativa, distribuição de dinheiro aos banqueiros, etc).

O exemplo mais acabado desta política é a inclinação de quase todos os setores da esquerda em conformar a chamada “Frente Ampla”, o que nada maios é do que uma aliança com os algozes dos trabalhadores e da população, em busca, segundo esta mesma esquerda, de “ampliar o espectro” para enfrentar o governo Bolsonaro, que segundo os formuladores desta “sábia” política, conduziria à derrota do bolsonarismo, abrindo uma perspectiva de vitória para as “forças progressistas” nas próximas eleições, terreno para onde canalizam toda a “luta” contra Bolsonaro e seu governo reacionário, direitista, manietado pelos militares e pelo imperialismo. Até o momento, nenhum resultado, rigorosamente nenhum, do ponto de vista de qualquer ganho, por mínimo que seja, para os trabalhadores e para a própria esquerda, que vem colhendo derrotas atrás de derrotas, seja no parlamento, nos tribunais e, obviamente, nas ruas, onde é mais evidente o malogro desta estratégia.

Neste momento agora, diante da mais grave crise atravessada pelo País (economia em frangalhos, crise epidêmica do coronavírus, colapso do sistema de atendimento à população nos hospitais), novamente o que se vê, por parte da esquerda, é a repetição e a insistência na mesma política fracassada de “Frente Ampla”; de “União Nacional” em torno ao enfrentamento e à superação da epidemia, da crise sanitária que se desenvolve rapidamente, ameaçando toda a sociedade nacional, mas em primeiro lugar a população pobre, sofrida, que não dispõe de recursos e é, em sua totalidade, dependente da assistência do Estado, da saúde pública.

A recompensa e o agradecimento a esta política de aproximação com a direita bolsonarista, advogada pela quase totalidade dos sábios esquerdistas nacionais, de parlamentares a governadores de Estado, veio em forma não de qualquer ganho para esquerda ou para o povo explorado, mas por mais uma ofensiva da direita fascista nacional, que agora requer a cassação do registro do Partido dos Trabalhadores, o maior e mais importante partido político do País. No final da semana passada, acolhendo manifestação apresentada no dia 27 de março, “o vice-procurador-geral eleitoral Renato Brill de Goés deu parecer pela admissibilidade de uma ação de cancelamento de registro de partido político do Partido dos Trabalhadores, alegando que “no curso da operação Lava-Jato restou demonstrado que o PT recebeu recursos de origem estrangeira” (Exame, 04/04). 

Ou seja, a mais pró-imperialista, a mais antinacional, a mais facista, persecutória e lesa-pátria de todas as operações, a criminosa operação “Lava Jato”, conduzida pelo agora ministro bolsonarista, o ex-juiz Sérgio Moro; as delações forjadas e fraudulentas, que serviram de esteio para a sentença ilegal de prisão dada ao ex-presidente Lula, está neste momento sendo invocada para justificar a cassação do PT, sob a alegação de que o partido teria recebido, ilegalmente, “recursos estrangeiros”.

O que se pode dizer é que não há condescendência por parte da direita e dos fascistas para com a esquerda; estes se mostram, em todas as situações e oportunidades, como defensores dos seus próprios interesses, enquanto a esquerda, caudatária da direita, é incapaz de se emancipar das amarras que a aprisionam aos reacionários, à burguesia e aos representante do grande capital.

O episódio que envolve o pedido de cassação do PT e a ofensiva de conjunto da burguesia e do imperialismo contra as massas populares é a expressão viva da luta de classes, do avanço da crise e da incapacidade da burguesia e dos golpistas em debelar a crise com métodos democráticos, parlamentares, daí o ataque ao mais importante partido nacional, ao mais importante partido da esquerda latino-americana e um dos mais importantes do mundo. É preciso reagir a esta ofensiva através da lutra e da mobilização, em primeiro lugar rompendo com a política de colaboração de classes da esquerda, abandonando a fracassada estratégia de aproximação com os setores bolsonaristas, algozes do povo trabalhador.

Pela imediata ruptura com a “Frente Ampla; não à política de “União Nacional” com a direita reacionária, golpista; reabrir já os sindicatos, convocar um congresso do povo e organizar a contra-ofensiva das massas populares para a derrubada de Bolsonaro, seu governo fascista e pela convocação de novas eleições gerais.

 

  

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