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O PSB não é um partido de esquerda; conheça a história

O golpe de Estado de 2016 ajudou bastante a situar os partidos políticos dentro do regime. Antes, as diferenças entre as organizações de direita e as organizações de esquerda não estavam bem delineadas, bem como não estava tão claro quem realmente tinha vínculo com o movimento operário.

O golpe dividiu os partidos em basicamente duas categorias: os que participaram do golpe e os que lutaram contra. Há também aqueles que não apoiaram o golpe explicitamente, mas colaboraram com este, como no caso do PCdoB, que pediu que Dilma renunciasse, e da Frente Povo sem Medo, que se juntou aos golpistas para fazer campanha contra Dilma.

O PSB é um dos partidos cuja imagem foi bastante afetada pelo golpe. Afinal, o partido majoritariamente votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff. Além disso, seus governadores, como o de pernambucano Paulo Câmara, chegaram desonerar secretários apenas para que voltassem à Câmara e votasse a favor do impeachment.

Apesar da postura francamente golpista do PSB, a burguesia ainda faz um grande esforço para que este pareça um partido de esquerda. Isso, obviamente, é fundamental para a direita, pois, em tempos se grande impopularidade do regime, é vantajoso ter alguns pseudoesquerdistas no bolso. Tal caracterização, no entanto, é totalmente inaceitável.

O PSB não virou um partido direitista apenas em 2016. Por isso, a tese de que seus dirigentes estariam arrependidos do golpe é não apenas mentirosa como absurda. A história do partido mostra isso de maneira cristalina.

Se voltarmos quatro anos atrás, veremos o PSB tal qual é hoje: um partido direitista que tenta se passar por um partido popular para roubar votos do PT. Em 2014, o PSB rompeu com PT e lançou um candidato próprio à Presidência. Assim, o PSB, que chegou a ter ministros nos governos do PT, decidiu participar das eleições presidenciais justamente quando o PT tinha o maior risco de perder – no momento em que já se preparava o golpe de Estado. Qualquer semelhança com a candidatura de Manuela D’Ávila não é coincidência. No segundo turno, o Partido não hesitou em apoiar Aécio Neves.

Dois anos antes, o PSB teve outro rompimento importante com o PT. Em Recife, capital do Estado em que o PSB detinha maior força, infiltrados de Eduardo Campos – então presidente do PSB – provocaram uma crise interna dentro do Partido dos Trabalhadores. Como consequência, o PT foi enfraquecido para as eleições municipais e acabou sendo derrotado por Geraldo Julio, do PSB. O PSB estava junto ao PT em Recife desde 2000, tendo inclusive indicado o vice-prefeito em 2008. Qualquer semelhante com o golpe de Temer não é mera coincidência.

Em 2010, o PSB ajudou a eleger, pela primeira vez, um governador do PSDB no Paraná. O nome dele? Beto Richa, mais conhecido como Beto Hitler, especialmente após ter mandado a Polícia Militar massacrar os professores em greve.

Qualquer um que retroceda ainda mais na história, verá centenas ou talvez milhares de outros episódios de golpes, traições e vigarices do PSB. Seu caráter reacionário, no entanto, esteve presente desde o momento de sua fundação.

Fundado em 1947, o PSB surgiu como um adversário do governo de Getúlio Vargas, que era um governo extremamente popular, é do PCB, que era o partido de esquerda mais popular do país. Embora tenha apresentado algumas teses marxistas em seu programa, o PSB sempre se colocou contra a revolução e chegou a perseguir alguns militantes.

Com a cassação do registro do PCB, no final dos anos 1940, o PSB deu abertura para que intelectuais e sindicalistas se aproximassem do partido. Contudo, no início dos anos 1950, o PSB começou a apoiar a candidatura de Jânio Quadros.

Após a expulsão dos apoiadores de Jânio Quadros, o PSB voltou a comportar militantes de esquerda em suas fileiras. Contudo, a ditadura militar acabou com o partido, que teve vários dirigentes presos e uma enorme imigração para o MDB.

A refundação do PSB, em 1985, se deu sobre as mesmas teses de seu programa em 1985: realizar transformações sociais sem a utilização de métodos revolucionários. Na prática, o programa centrista do PSB significou a indicação de Bisol, ex-PMDB e ex-PSDB, consolidando a política frentepopulista em detrimento de uma política revolucionária.

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