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Frente ampla

O “programa” da esquerda abutre é não ter candidato do PT

Governador do PCdoB repete Guilherme Boulos e critica que Lula tenha pedido a Fernando Haddad para "colocar o bloco na rua"

Em matéria do jornal golpista O Globo, publicada no dia 13 de fevereiro, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) criticou abertamente o fato de que o ex-presidente Lula pediu a Fernando Haddad que colocasse “o bloco na rua”. Dino afirmou que seria um “erro monumental” a esquerda ter quatro candidaturas, usando como justificativa sua análise de que Bolsonaro teria um “projeto mais estruturado” para 2022:

“A força gravitacional do Poder Executivo é muito grande e ele hoje tem um projeto mais nítido. De 2018 para cá, ele perdeu muitos setores sociais, mas conseguiu manter um núcleo mais cristalizado, fiel, o que coloca a sua candidatura numa condição muito forte”.

Diante disso, Dino apontou que haveria quatro candidaturas de esquerda postas no debate público – ele próprio, Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT) e Guilherme Boulos (PSOL) – e que seria preciso “uma mesa, um seminário, um debate, e tentar aglutinar. Se não der em um nome, em dois”. Quanto a Haddad, falou abertamente: “a chave da derrota do Bolsonaro em 2022 é atrair setores que foram lulistas até 2014, depois bolsonaristas, se descolaram e estão hoje numa posição de centro. Se diz que o candidato é fulano pode criar uma interdição nesse segmento que vai decidir a eleição. Por isso, colocar o nome na frente não é uma tática eleitoral que parece ajustada.”

A posição do governador do Maranhão é semelhante a do psolista Guilherme Boulos, que, poucas horas depois de Haddad apresentar a si próprio como pré-candidato no caso de Lula permanecer com os direitos políticos cassados, criticou o PT por supostamente ter “queimado a largada”:

“Defendo que a esquerda busque unidade pra enfrentar Bolsonaro. Para isso, antes de lançar nomes, devemos discutir projeto”.

Toda essa conversa em relação a “projeto”, “seminário” etc. não passa de uma fachada para a verdadeira política da frente: enterrar a candidatura do PT. Afinal de contas, Dino e Boulos são cobras sem princípio algum, nem programa. Boulos defendeu o voto em Baleia Rossi no segundo turno das eleições na Câmara dos Deputados. Flávio Dino, para manter-se no governo do Maranhão, aliou-se ao Podemos, Republicanos, DEM, MDB, PSDB e praticamente todos os partidos golpistas. Em São Paulo, o PCdoB se dividiu no segundo turno em e uma parte do partido votou no PSDB.

De qual “programa” estariam Boulos e Dino falando? Porque seria necessário discutir tanto, se a esquerda pequeno-burguesa aceita qualquer coisa para permanecer no regime? Obviamente, os motivos são outros…

A crítica à “falta de um programa”, inclusive, não faz sentido algum porque o PT não é um partido caracteristicamente ideológico. O partido busca defender uma determinada política que mantenha o apoio de sua base, mas seu programa é uma espécie de senso comum de esquerda reformista. De tal modo que, no fim da contas, as divergências do programa de Boulos e do candidato do PT à prefeitura de São Paulo eram pequenas. Porque, finalmente, não há um programa ideológico, mas sim propostas eleitorais.

O grande problema em relação ao programa, no entanto, é que a única maneira de ele ser levado a sério é se contar com o apoio das massas. Coisa que a esquerda “abutre”, representada por Flávio Dino, Boulos e tantos outros, não está se dispondo a fazer. Em vez de levar a montanha a Maomé e inventar uma candidatura que seria supostamente brilhante por causa de seu programa eleitoral, seria muito mais normal levar Maomé a montanha e impulsionar o movimento natural que existe em torno da candidatura de Lula.

Com a política de Dino e Boulos, qualquer programa é inviável. Porque estão sabotando a única maneira de um programa ser defendido: estão, de maneira oportunista, tentando afogar o maior líder popular do País. Atacam a candidatura de Lula porque, finalmente, são representantes da política da frente ampla, que visa a colocar a esquerda a reboque da burguesia para conseguir se manterem no regime.

A avaliação de Dino sobre o “projeto” de Bolsonaro, inclusive, deixa claro que sua política é a da frente ampla. Dino considera Bolsonaro “forte” por causa do “poder gravitacional” do Poder Executivo. Em outras palavras, porque Bolsonaro conseguiu impor uma derrota a Rodrigo Maia nas eleições da Câmara e colocou a direita nacional inteira no bolso.

De fato, se os aliados de Dino e de Boulos são a direita nacional, Bolsonaro é imbatível. Seus deputados golpistas, inimigos do povo, são todos vigaristas sem princípio algum. Não há qualquer saída por meio da frente ampla. A única política viável para os trabalhadores é a sua própria mobilização para derrubar o governo nas ruas e a luta pela anulação dos processos contra o ex-presidente Lula, uma ferramenta indispensável na luta contra os golpistas.

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