Responsável por implementar medidas de austeridade, determinadas pelo FMI, o Primeiro-Ministro da Jordânia, Hani al-Mulki renunciou ao seu cargo na última segunda-feira. A renúncia ao posto ocorreu em meios a intensos protestos que já duravam quatro dias e que tinham como motivo os grandes aumentos de preços e a reforma tributária que determinava um aumento de pelo menos 5% na alíquota do imposto de renda. A destituição Hani al-Mulki era uma das reivindicações dos manifestantes.
A despeito de sua aparente estabilidade (o que é muito no Oriente Médio) a Jordânia atravessa uma crise econômica aguda com uma dívida pública de US$ 37 bilhões, equivalente a 95% do seu Produto Interno Bruto (PIB). A designação do novo chefe de governo, Omar al-Razzaz, ex economista do Banco Mundial pelo Rei Abdulah II, é vista por observadores como apenas uma mudança de nomes e servirá apenas para aliviar momentaneamente as tensões.
Os acontecimentos na Jordânia apenas reproduzem a insatisfação geral que ronda grande parte do mundo atingida pelo agravamento das tensões causadas pela crise capitalista que extorque fatias cada vez maiores das riquezas nacionais produzidas pela classe trabalhadora. Esta já não consegue tolerar que a fração mínima da riqueza que lhe era destinada continue a ser abocanhada pela burguesia financeira internacional o que fará com que explosões de descontentamento cada vez maiores sejam inevitáveis mundo afora.