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Inimigos do povo e da cultura

O presidente que não tem povo e o humorista que não tem graça

Um governo anti-povo e destruidor da cultura só pode resultar numa piada sem graça

Por Henrique Áreas

O caso bizarro envolvendo o pretenso comediante de TV colocado por Jair Bolsonaro para “responder” jornalistas e distribuir bananas, numa cena de desprezo da extrema-direita pelo povo trouxe à tona uma reflexão sobre a relação da direita e da arte.

A arte, por ser uma atividade intelectual por definição, é normalmente ligada aos movimentos progressistas da sociedade. Ainda mais do que as demais atividades intelectuais como as ciências, os artistas em geral por seu espírito libertador, estão relacionados com a esquerda e, nos casos mais radicais, se ligam ao movimento revolucionário dos trabalhadores.

Com raras exceções, os grandes artistas são identificados com os movimentos sociais progressistas de sua época. A partir do século XX, momento de decadência capitalista, a maior parte deles esteve direta ou indiretamente ligados aos partidos operários.

Também com raríssimas exceções, o artista do iníco do século passado até hoje que não se liga de alguma maneira a esse movimento progressista acaba caindo quase que invariavelmente na vala comum dos medíocres. Isso se deve à enorme pressão corruptora do capitalismo decadente da fase imperialista.

Nos dias de hoje essa máxima é uma verdade ainda mais cruel e impiedosa. A burguesia corrompe um sem número de elementos e os transforma em seus funcionários antes mesmo que qualquer tipo de potencial artístico possa ser desenvolvido.

É nesse quadro de funcionários muito bem remunerados pela burguesia, mais especificamente pelos capitalistas do monopólio da imprensa, que se enquadra o humorista do programa Pânico da rádio Jovem Pan e da TV Record, Márvio Lúcio, conhecido como Carioca. Um funcionário da burguesia e um capacho de Jair Bolsonaro, um elemento de extrema-direita que está muito longe de ser um artista pela sua própria posição de ojeriza ao povo.

Em sua posição de funcionário bem remunerado, pouco importa para ele que Bolsonaro e todos os golpistas colocam em prática uma política de destruição da arte e da cultura no Brasil. Importa menos ainda que esse governo coloca em marcha uma série de ataques contra o povo.

Isso faz dele um não artista. Mais ainda, faz dele um não humorista. Suas piadas não são engraçadas porque na realidade ele não sabe fazer piadas. A direita tem dificuldades com a criatividade, ela se apoia na humilhação do povo.

O italiano Antônio Gramsci, em carta sobre o futurismo italiano enviada ao revolucionário russo Leon Trótski e publicada no livro “Literatura e Revolução”, deste último, explica como os principais nomes deste movimento vanguardista, incluindo o próprio fundador Marinetti, tinham se tornado personalidades cada vez menos criativas na medida em que se integravam ao fascismo. “O movimento futurista, na Itália, perdeu, completamente, seus traços característicos, depois da [Primeira] guerra”, afirma Gramsci.

O leitor pode achar um exagero comparar um humorista televisivo com um movimento vanguardista tão importante como foi o futurismo. De fato, em certo sentido, seria comparar uma Ferrari que se tornou velha e obsoleta com um daqueles velocípedes de criança. Mas a camparação serve apenas para mostrar que o imperialismo e em particular a extrema-direita são incompatíveis com a arte e a criatividade.

A integração ao regime coincidiu com a morte do movimento artístico. Nos tempos atuais, os artistas são integrados antes mesmo que se desenvolvam. Isso quando a burguesia promove elementos artificiais e os apresentam como artistas. Entre o primeiro e o o segundo caso se encontra o humorista que serviu a Bolsonaro.

Bolsonaro, o presidente sem apoio popular e inimigo do povo, arranjou um serviçal, que, assim como ele não gosto do povo, e se apresenta como um humorista sem graça. Bolsonaro é uma caricatura farsesca de Mussolini, seu humorista de estimação é uma caricatura da caricatura. E os dois estão muito distantes de ser gente.

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